O Paços de Ferreira está a realizar uma temporada
sensacional, a todos os níveis. Pratica um futebol fantástico, apenas superado
por Porto e Benfica, revela maturidade futebolística e uma assimilação de
processos muito competentes. Tudo isto traduzido por números, confere a
terceira posição no campeonato e a presença nas meias-finais da Taça de
Portugal.
Um percurso que respira confiança... muito por culpa da
forma como a equipa pressiona quando não tem bola. Paulo Fonseca, introduziu um
chip mental de comportamento sem bola. Agressivo, pressão alta, coordenado e
compacto. Assim se define o conjunto pacense na hora da recuperação e
organização colectiva sem posse.
Tudo começa na linha da frente, invariavelmente o timing é
definido por Cícero. Posiciona-se na primeira linha de pressão juntamente com
os dois alas(Hurtado e Cateano). Uma organização espacial que impede a primeira
zona de construção do adversário. Dificulta a saída de bola, obriga quase a
esticar o jogo e a provocar o erro. Mais atrás num meio-campo a três, o Paços
procura encostar o peito nas costas da equipa adversário. O
médio-ofensivo(Vítor\Josué) encaixa no pivôt-defensivo, procura impedir a rotação com
bola e a conquista imediata da posse através de uma abordagem agressiva e
pressionante. André Leão e Luiz Carlos, formam um duplo-pivôt sem bola.
Coordenados e de boa inteligência táctica, cortam elos de ligação e preenchem o
espaço para evitar movimentos entre linhas. Dão segurança e noções tácticas,
temporizam, batem, encostam e procuram roubar bola para dar início ao modelo
ofensivo.
Ao todo, seis elementos invadem o meio-campo adversário. Uma
pressão alta com o claro objectivo de impedir que o adversário consiga criar
combinações interiores ou exteriores.
O sucesso de um bom processo ofensivo começa aqui, no modo
como a equipa se dispõe no parâmetro de recuperação da posse. Uma boa
organização colectiva sem bola revela-se fundamental para iniciar um
comportamento defensivo e assegurar a recuperação em zonas interditas na
exposição ao risco. Quanto mais forte e pressionante for a abordagem, mais
acima se conquista a posse, de modo a poder iniciar o esquema ofensivo e
aproveitar a desorganização táctica do adversário após a perda de bola.
O Paços fá-lo com muita qualidade, é um dos seus segredos.
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