terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A importância de pressionar alto



O Paços de Ferreira está a realizar uma temporada sensacional, a todos os níveis. Pratica um futebol fantástico, apenas superado por Porto e Benfica, revela maturidade futebolística e uma assimilação de processos muito competentes. Tudo isto traduzido por números, confere a terceira posição no campeonato e a presença nas meias-finais da Taça de Portugal.
Um percurso que respira confiança... muito por culpa da forma como a equipa pressiona quando não tem bola. Paulo Fonseca, introduziu um chip mental de comportamento sem bola. Agressivo, pressão alta, coordenado e compacto. Assim se define o conjunto pacense na hora da recuperação e organização colectiva sem posse.
Tudo começa na linha da frente, invariavelmente o timing é definido por Cícero. Posiciona-se na primeira linha de pressão juntamente com os dois alas(Hurtado e Cateano). Uma organização espacial que impede a primeira zona de construção do adversário. Dificulta a saída de bola, obriga quase a esticar o jogo e a provocar o erro. Mais atrás num meio-campo a três, o Paços procura encostar o peito nas costas da equipa adversário. O médio-ofensivo(Vítor\Josué) encaixa no pivôt-defensivo, procura impedir a rotação com bola e a conquista imediata da posse através de uma abordagem agressiva e pressionante. André Leão e Luiz Carlos, formam um duplo-pivôt sem bola. Coordenados e de boa inteligência táctica, cortam elos de ligação e preenchem o espaço para evitar movimentos entre linhas. Dão segurança e noções tácticas, temporizam, batem, encostam e procuram roubar bola para dar início ao modelo ofensivo.
Ao todo, seis elementos invadem o meio-campo adversário. Uma pressão alta com o claro objectivo de impedir que o adversário consiga criar combinações interiores ou exteriores.
O sucesso de um bom processo ofensivo começa aqui, no modo como a equipa se dispõe no parâmetro de recuperação da posse. Uma boa organização colectiva sem bola revela-se fundamental para iniciar um comportamento defensivo e assegurar a recuperação em zonas interditas na exposição ao risco. Quanto mais forte e pressionante for a abordagem, mais acima se conquista a posse, de modo a poder iniciar o esquema ofensivo e aproveitar a desorganização táctica do adversário após a perda de bola.
O Paços fá-lo com muita qualidade, é um dos seus segredos.

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