Equipa com uma identidade
muito própria incutida por um dos bons treinadores da nova geração espanhola, o
conjunto andaluz pratica um futebol direto, de propensão essencialmente
ofensiva. Escalonada normalmente em 4x2x3x1 ou 4x3x3, o Sevilha é uma formação que
procura dar grande verticalidade ao jogo e que conta com grande qualidade no
último terço do campo, possuindo elementos desequilibradores, soltos, e com boa
capacidade de decisão que se pautam ao compasso de Rakitic.
Uma das grandes virtudes
deste Sevilha é mesmo a liberdade que Emery concede aos homens da frente, que
através dos movimentos constantes procuram confundir marcações e abrir espaços
no ataque. Rakitic em particular é um jogador cujo raio de ação é muito grande,
estendendo a sua influência a várias zonas do ataque. Muita atenção às combinações com o colombiano Carlos Bacca,
jogador que aparece muito bem em desmarcação e apresenta grande facilidade de
remate. Também Vitolo e Reyes têm grande importância na criação de
desequilíbrios na manobra ofensiva, procurando explorar Bacca em profundidade –
particularmente em situação de transição - e fletindo muitas vezes para o meio
à procura de espaços.
O ‘maestro’ Rakitic
Embora possua laterais
com características essencialmente ofensivas, é pouco comum vê-los dar
profundidade ao ponto de irem à linha para tirar um cruzamento. Dá-se primazia
a ações pelo corredor central, com Rakitic – jogador que mais que um armador de
jogo clássico, como já disse, tem um grande raio de acção e é bem dotado
tecnicamente - a ter oportunidade de aparecer em zonas de finalização muito por
culpa do trabalho desempenhado pelos colegas e pelo próprio “9” Carlos Bacca.
A nível defensivo, e
estabelecendo um paralelo com o adversário da final, o Sevilha parece ser
inferior. O Benfica é mais rígido em termos posicionais e os seus jogadores têm
mais critério na ocupação dos espaços. Os centrais Fazio e Pareja apresentam grande
consistência enquanto dupla, atacam a bola dentro do “timing” correto e são
agressivos. O campeão nacional português poderá procurar explorar
essencialmente as costas dos laterais, embora haja falhas pontuais no corredor
central quando o adversário está em posse por não existir grande padrão para
pressionar. Carriço e Mbia são os “guarda-costas” de Rakitic, que fecham no
meio a defender aproveitando também a descida de Reyes e Vitolo para uma
posição mais central, algo que facilita a exploração dos flancos.
À semelhança daquilo que
sucedeu em vários momentos da eliminatória frente à Juventus, o Benfica poderá
tirar partido das saídas rápidas para o ataque para criar perigo, encontrando
uma equipa descompensada em termos posicionais.
Quanto a bolas paradas,
nomeadamente livres laterais e cantos, de notar que Rakitic é quem cobra este
tipo de lances e normalmente procura colocar a bola no coração do coração da
área.
Onze tipo:
GR: Beto;
D: Coke, Pareja, Fazio
e Moreno;
MC: Carriço e Mbia;
MO: Vitolo, Reyes, Rakitic;
AV: Bacca
Por Afonso Canavilhas
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