terça-feira, 13 de maio de 2014

Ao Raio X: O Sevilha de Emery

Equipa com uma identidade muito própria incutida por um dos bons treinadores da nova geração espanhola, o conjunto andaluz pratica um futebol direto, de propensão essencialmente ofensiva. Escalonada normalmente em 4x2x3x1 ou 4x3x3, o Sevilha é uma formação que procura dar grande verticalidade ao jogo e que conta com grande qualidade no último terço do campo, possuindo elementos desequilibradores, soltos, e com boa capacidade de decisão que se pautam ao compasso de Rakitic.
Uma das grandes virtudes deste Sevilha é mesmo a liberdade que Emery concede aos homens da frente, que através dos movimentos constantes procuram confundir marcações e abrir espaços no ataque. Rakitic em particular é um jogador cujo raio de ação é muito grande, estendendo a sua influência a várias zonas do ataque.     Muita atenção às combinações com o colombiano Carlos Bacca, jogador que aparece muito bem em desmarcação e apresenta grande facilidade de remate. Também Vitolo e Reyes têm grande importância na criação de desequilíbrios na manobra ofensiva, procurando explorar Bacca em profundidade – particularmente em situação de transição - e fletindo muitas vezes para o meio à procura de espaços.

O ‘maestro’ Rakitic
Embora possua laterais com características essencialmente ofensivas, é pouco comum vê-los dar profundidade ao ponto de irem à linha para tirar um cruzamento. Dá-se primazia a ações pelo corredor central, com Rakitic – jogador que mais que um armador de jogo clássico, como já disse, tem um grande raio de acção e é bem dotado tecnicamente - a ter oportunidade de aparecer em zonas de finalização muito por culpa do trabalho desempenhado pelos colegas e pelo próprio “9” Carlos Bacca.
A nível defensivo, e estabelecendo um paralelo com o adversário da final, o Sevilha parece ser inferior. O Benfica é mais rígido em termos posicionais e os seus jogadores têm mais critério na ocupação dos espaços.  Os centrais Fazio e Pareja apresentam grande consistência enquanto dupla, atacam a bola dentro do “timing” correto e são agressivos. O campeão nacional português poderá procurar explorar essencialmente as costas dos laterais, embora haja falhas pontuais no corredor central quando o adversário está em posse por não existir grande padrão para pressionar. Carriço e Mbia são os “guarda-costas” de Rakitic, que fecham no meio a defender aproveitando também a descida de Reyes e Vitolo para uma posição mais central, algo que facilita a exploração dos flancos.

À semelhança daquilo que sucedeu em vários momentos da eliminatória frente à Juventus, o Benfica poderá tirar partido das saídas rápidas para o ataque para criar perigo, encontrando uma equipa descompensada em termos posicionais.

Quanto a bolas paradas, nomeadamente livres laterais e cantos, de notar que Rakitic é quem cobra este tipo de lances e normalmente procura colocar a bola no coração do coração da área. 


Onze tipo:
GR: Beto;
D: Coke, Pareja, Fazio e Moreno;
MC: Carriço e Mbia;
MO: Vitolo, Reyes, Rakitic;
AV: Bacca


Por Afonso Canavilhas

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