quarta-feira, 4 de abril de 2012

Tudo ou nada, ou talvez não

Ao contrário do que pensa Jorge Jesus, o Benfica não está em condições de “ganhar tudo ou nada”. As possibilidades de os encarnados seguirem para as meias-finais da Liga dos Campeões são quase nulas. Já eram reduzidas à partida para esta eliminatória, mesmo defrontando o adversário “ideal”. Em condições normais o Chelsea seria sempre favorito frente ao Benfica e depois do que aconteceu há dois anos em Liverpool, só alguém com memória selectiva poderia apontar o Chelsea como adversário ideal “porque o Benfica se dá bem com equipas inglesas”.

A derrota de há uma semana em Lisboa praticamente ditou o adeus do Benfica à prova milionária, pese embora o discurso do treinador e dos jogadores encarnados onde subsiste a louvável esperança de inverter o rumo da eliminatória. É natural que assim seja mas os factos jogam todos a favor dos ingleses. Partem com a vantagem obtida na primeira mão, jogam em casa e penso ser pacífico considerar que globalmente têm uma equipa superior, já para não falar da enorme vantagem terem defesas centrais disponíveis.

Para dificultar ainda mais a missão do Benfica, os Blues jogam todas as suas fichas nesta Liga dos Campeões e não vão querer desperdiçar a possibilidade de minimizar a decepcionante campanha interna. Por outro lado, esta pode ser a última oportunidade de jogadores como Terry, Cole, Lampard ou Drogba ganharem a champions e não me parece expectável que se deixem surpreender. Ficou evidente também nas palavras de Di Matteo a absoluta concentração nesta partida ao abster-se de perspectivar  já um confronto com o Barcelona sendo porventura este o maior dos obstáculos para o Benfica. 

O “ganhar tudo” parece pois mais distante no horizonte encarnado pelo que Jorge Jesus se deveria preocupar em afastar também a hipótese de mais um angustiante “nada” que poderá significar o fim do seu ciclo Luz. A prioridade do Benfica para esta noite deveria passar por garantir que sai em condições físicas e mentais para ganhar o desafio mais importante, o de Alvalade. 


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