terça-feira, 1 de abril de 2014

ANÁLISE TÁTICA: Sp. Braga 0 vs 1 Benfica

Em jogo equilibrado e muitas vezes monótono, com nenhuma das equipas interessada em repartir transições ou permitir rasgos adversários que criassem problemas de maior, acabou por ser um pequeno pormenor, ainda em fase primária da partida, a fazer a diferença no desfecho do encontro.

Com a vitória, o Benfica ficou mais próximo do seu principal objectivo esta temporada, o título de Campeão Nacional, ao passo que o Braga acabou por atrasar-se na luta pelo 5º lugar de acesso à 3ª Pré-Eliminatória da Liga Europa.

25ª Jornada Liga ZON Sagres 2013/14

SC BRAGA        0            X           1        SL BENFICA (Lima 12’)


 

Substituições:
Minuto 55’ -> 64.Dabó por 22.Miljkovic (Resultado: 0-1 | Alteração: Directa | Motivo: Conferir Maior Consistência à Lateral Direita Defensiva – 64.Dabó Amarelado)

Minuto 65’ ->  77.Piqueti por 16.Moreno (Resultado: 0-1 | Alteração: 14.Micael Descai Sobre Ala-Esquerda e 16.Moreno Assume Frente de Ataque ao Lado de 9.Rusescu – Aproximar Sistema Base ao 1x4x4x2 | Motivo: Conferir Maior Presença de Área e Mais Golo)

Minuto 68’ -> 35.Enzo Pérez por 6.Amorim (Resultado: 0-1 | Alteração: Directa | Motivo: Sub-Rendimento de 35.Enzo Pérez)

Minuto 77’ -> 8.Luiz Carlos por 79.Erivaldo (Resultado: 0-1 | Alteração: 79.Erivaldo Assume Ala-Direita Ofensiva com 90.Pardo a Assumir Predominantemente Ala-Esquerda Ofensiva – 14.Micael Ocupa Posicionamento Anteriormente Assumido por 8.Luiz Carlos | Motivo: Conferir Maior Explosão e Profundidade Lateral Ofensiva – Busca de Resultado Positivo)

Minuto 85’ -> 50.Markovic por 18.Salvio (Resultado: 0-1 | Alteração: Directa | Motivo: Refrescar Ala-Direita Ofensiva – Maior Explosão em Transição Rápida - Aproveitamento de Balanceamento Ofensivo Adversário)

Minuto 90’+2 -> 19.Rodrigo por 30.André Gomes (Resultado: 0-1 | Alteração: Aproximação a Sistema Base 1x4x5x1 | Motivo: Queimar Tempo/Defender Resultado - Preenchimento de Meio-Campo e Maior Apoio Defensivo)
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Em jogo a contar para a 25ª Jornada da Liga ZON Sagres 2013/14, Sporting Clube de Braga (6º/32 Pontos) e Sport Lisboa e Benfica (1º/61 Pontos) encontraram-se em pleno Estádio AXA para discutirem o encontro.
Se os bracarenses, a contas com várias baixas por lesão, entraram em campo com a expectativa de conquistarem preciosos pontos na luta pelos lugares de acesso à Liga Europa, já o Benfica chegava a esta partida com o objectivo de manter a vantagem pontual de sete pontos para o Sporting CP na luta pelo título de Campeão Nacional.
Num jogo que se pautou pelo equilíbrio durante a maior parte dos noventa minutos, fiquemos abaixo com o registo de alguns dos momentos que fizeram a história do encontro:

1ª Parte: Monotonia de Pormenor
Numa primeira parte sem grandes ocasiões de perigo efectivo junto das balizas e na qual a maior preocupação de ambas as equipas residiu no condicionamento de jogo adversário, acabou por ser o Benfica o mais feliz ao chegar ao golo à passagem dos doze minutos – vantagem e resultado que os lisboetas aproveitaram para gerir durante o resto do encontro.

Com a razia de lesões que se abateu sobre Braga a afectar sobretudo o sector recuado dos «Guerreiros do Minho», Jorge Paixão viu-se obrigado a recorrer à Equipa B dos bracarenses para colmatar as ausências e conseguir constituir a sua defesa.
Apostando para a Lateral-Direita em Tomás Dabó e para a Lateral-Esquerda em Núrio, dois jovens de potencial e com larga margem de progressão, o Braga acabou por ver na inexperiência que ambos ainda denotam na abordagem ao jogo, a sua principal fragilidade.
Ainda que o Benfica não tenha conseguido explorar até à exaustão as debilidades do adversário, foi mesmo a partir de um erro cometido em primeiro instância por Tomás Dabó, perdendo ingenuamente a bola em momento ofensivo, a ditar o início da jogada que resultou posteriormente no único golo do encontro e que valeu os três pontos para a equipa de Jorge Jesus:

Repare-se na imagem acima como mesmo com 7 elementos dentro da sua Grande-Área (GR+6), a turma bracarense, fruto do facto de estar a actuar com jogadores pouco rotinados na sua linha mais recuada, acabou por revelar ingenuidade e pouca coordenação, não evitando que o Benfica apenas com Rodrigo e Lima levasse a melhor neste lance e consequentemente se colocasse em vantagem no marcador.
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Explorando a Inexperiência:
Num encontro demasiado amarrado com ambas as equipas a alternarem momentos de intensidade com outros de desespero criativo para conseguirem evitar o condicionamento adversário, foi sobretudo nas Laterais Defensivas do Braga que o Benfica encontrou o seu factor de exploração.
Repare-se na imagem abaixo a experiência de Siqueira em contraste com a falta da mesma por parte de Dabó:

Numa altura em que o Braga poderia sair para uma transição ofensiva rápida, Dabó opta por fazer drible para dentro, acção imediatamente interceptada por Siqueira que assim transformou um momento de potencial perigo para o Braga, num momento de grande perigosidade para o Benfica, apenas evitado pela prontidão de resposta no ajustamento posicional dos restantes elementos bracarenses fora da imagem.
Ciente das dificuldades no processo de construção apoiada e estrturada da sua equipa, a turma de Jorge Jesus entrou na segunda parte disposta a tirar dividendos da inexperiência dos dois laterais bracarenses.
Ora colocando bola longa para explorar inconsistência defensiva de Dabó, que de resto, já havia visto a cartolina amarela e acabaria mesmo substituído por Jorge Paixão à passagem dos 55 minutos de jogo, precavendo desde logo males maiores:

Ora colocando bola longa e dentro de um registo directo para o flanco oposto no raio de acção de Núrio, sobre a lateral-esquerda defensiva do Braga, com Markovic, muito desinspirado neste encontro, a tentar explorar as costas do jogador bracarense:


Rusescu: Mais do que Golos
Nos quadros do Braga em regime de empréstimo por parte do Sevilha desde a última janela de mercado, Rusescu tem deixado boas sensações ao longo da maioria dos encontros em que tem sido chamado a intervir.
Muito inteligente na forma como aborda o jogo, torna-se um Avançado-Centro que não sobrevive de golos, conferindo, antes, vida ao futebol da sua equipa nos diferentes momentos:

Importante em toda a manobra, não apenas quando a sua equipa esteve em posse mas, também, em momento de recuperação, Rusescu participou activamente e revelou determinação em acções de pressão no condicionamento de primeira fase de construção adversária.
Útil, igualmente, na forma como no chamado «jogo-de-costas para a baliza», segurou posses e temporizou os momentos ofensivos da sua equipa, permitindo a aproximação dos seus companheiros – na imagem abaixo, segura, aguarda a subida do seu defesa-lateral esquerdo e larga a bola no espaço, indo depois em corrida determinada para as zonas de referência com o intuito de tentar a finalização:

Não oferecendo de mão-beijada ou dando por irreversível qualquer situação por menos favorável que possa parecer, Rusescu revelou atitude combativa e sentido de antecipação para surpreender os adversários já em zonas próximas ao golo – embora, nem sempre, a inteligência do seu jogo em momentos anteriores, tenha sido acompanhada da frieza necessária para aplicar toda a sua qualidade de execução no momento final:

Repare-se na imagem acima de onde sai Rusescu, conquistando a frente do lance a Garay e Oblak.

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