O Futebol Clube de Nantes resultou da junção de diversos clubes da cidade, em 1943. Todavia, apesar de se augurar um grande futuro para o projeto, só em 1962/63 os "canários" conseguiram atingir a Ligue 1, após cerca de 18 anos em divisões secundárias. E acabou por ser uma autêntica travessia do "inferno para o céu", já que, dois anos depois da subida, o emblema situado a oeste de França conquistaria o bicampeonato (e ainda uma Taça da Liga e uma Supertaça, em 1964/65). Na década seguinte, mais três Ligue 1 e uma taça, tornando o Nantes num dos emblemas mais famosas da antiga Gáulia. Porém, a partir daí a conquista de títulos foi-se sucedendo de forma mais esporádica, com as vitórias a diminuírem (desde então até à data, somente três ligas, duas taças e duas supertaças). Mas não é só no capítulo de palmarés que os "canários" se destacam. Ao invés, este clube também alcançou uma grande reputação pelos muitos jogadores de calibre mundial que formou.
Maxime Bossis: Estreou-se pelo Nantes aos 18 anos e por lá esteve no decurso de 12 excecionais temporadas, sendo, ainda hoje, um dos maiores símbolos deste clube. Lateral-direito de grande compleição física (1,86 metros), extremamente competente a defender (o que disfarçava algum receio em atacar), "Max" realizou cerca de 379 jogos pelos "canários", apontando ainda 24 golos, e vencendo 4 ligas e uma taça francesa, entre 1973 e 1985. Nesse ano, emigra para a Argentina (Racing Avellaneda), de onde sairia em 1989 para regressar ao clube do coração, onde permaneceu por mais uma temporada. Bossis também se destacou ao serviço da seleção francesa, pela qual realizou 76 jogos (1 golo), participando no Mundial de 1978 (vencido pela Argentina).
Deschamps: Porventura o melhor jogador que saiu da "escola" do Nantes e um dos grandes nomes franceses da viragem do século: eis Didier Deschamps. Estreando-se aos 17 anos e sendo figura de proa aos 19, o centrocampista haveria, no entanto, de abandonar o seu clube de formação muito cedo, em 1989, rumando ao poderoso Marselha. O resto é história: passou por Juventus, Chelsea e Valencia e capitaneou a seleção francesa às vitórias no Mundial de 1998 e no Europeu de 2000 (completou 103 jogos e anotou 4 golos pelos bleu).
Christian Karembeu: Um dos futebolistas franceses mais polémicos e talentosos de todos os tempos começou uma carreira, que podia ter sido bem melhor, no Nantes onde, de 1990 a 1995, espalhou o seu talento pelo Stade de la Beaujoire. Muito rápido e com excelentes qualidade no drible, Karembeu emigraria para Itália (Sampdoria), numa primeira instância, e para Espanha (Real Madrid), numa segunda instância. Todavia, a aventura nos "merengues" não correu de feição ao neocaledónio, e, desde a sua saída do Santiago Bernabéu (em 2001) até ao fecho da carreira (em 2005), Karembeu ainda conheceria quatro clubes. Pela França, ganharia o Mundial de 1998, atuando em 53 partidas ao longo da carreira.
Makélélé: Um dos melhores médios-defensivos que o mundo já conheceu, Claude Makélélé chegou às camadas jovens do Nantes vindo do Zaire. Com uma capacidade de recuperação de bolas e de sair a jogar fora do comum, o "trinco" alinharia cinco temporadas pelos "canários", antes de sair para o Marselha. Todavia, o reconhecimento mundial só seria obtido com as passagens, de grande sucesso, pelo Real Madrid (2000-2003) e pelo Chelsea (2003-2008), onde se impôs e conseguiu conquistar diversos títulos e prémios individuais.Em 2011, Claude reformar-se-ia, numa altura em que servia o PSG. Pela França, realizou 71 jogos, competindo em diversas competições internacionais.
Além destes nomes, há mais futebolistas consagrados que se formaram no Nantes, como Thierry Tusseau (22 vezes internacional), José Touré (16 jogos/4 golos pela França), Patrice Loko (26 partidas pela bleu) e Landreau (11 vezes internacional).
Agora, após longos anos nas "trevas", o Nantes regressou ao escalão máximo do futebol francês, prometendo voltar aos tempos áureos do passado e, para bem do futebol, seria efetivamente positivo que tal acontecesse...
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