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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ainda se lembra de Predrag Mijatovic

Numa semana em que se joga ao mais alto nível, nada melhor do que recordar um dos avançados mais conceituados do futebol mundial dos anos 90, e que marcou muitos e decisivos golos ao longo da sua carreira.


O Parti(r)zan de carreira

Predrag Mijatovic nasceu a 19 de Janeiro de 1969, em Titogrado, actualmente conhecida como Podgorica, capital de Montenegro. Começou a jogar futebol com 20 anos, quando assinou pelo Buducnost em Dezembro de 1989 e logo aí a sua arte de fazer golos veio ao de cima, já que nas duas épocas que esteve ao serviço do clube, apontou 60 golos em 59 jogos. Foi então que o Partizan de Belgrado o contratou a meio da temporada de 89, para a sua frente de ataque, e a estreia não podia ser mais agridoce, já que faria o gosto ao pé precisamente contra a sua antiga equipa. Na temporada seguinte e apesar dos 14 golos apontados, o título foi parar aos rivais do Estrela Vermelha, que voltariam a sagrar-se campeões na época vizinha, perdendo a final da Taça para o Partizan. Em 1992, a Jugoslávia desintegrou-se como país, o campeonato ficou reduzido a equipas da Sérvia e Montenegro e como há terceira é de vez, Mijatovic conseguiu finalmente conquistar o título de campeão, sendo um dos principais goleadores da equipa.


Chegada a Valência

As boas exibições e "veia" goleadora de Mijatovic levaram há cobiça de vários clubes europeus, entre os quais o Real Madrid e a Juventus, só que acabaria por ser o Valência a conseguir os serviços do avançado, isto porque os dirigentes merengues já haviam tido uma má experiência com Prosinecki e não quiseram arriscar uma nova contratação sérvia. A estreia de Mijatovic aconteceu a 5 de Setembro de 1993 contra o Oviedo e até ao fim do campeonato seriam 16 os golos em 35 encontros, tornando-se logo um dos indispensáveis do técnico Guus Hiddink. Em 1995 o sérvio seria uma peça determinante na obtenção do segundo lugar no campeonato por parte do Valência, marcando 28 golos, uma média fantástica, se levarmos em conta que jogou a maior parte da temporada como médio. O Real Madrid, que já se havia arrependido de não o ter contratado há três anos atrás voltava agora a pressionar Mijatovic, para que este se transferi-se para a capital.


Do céu ao Inferno em Madrid

A pressão do Real acabou por dar os seus frutos, quando no verão de 1996, Mijatovic, com 27 anos chegava a Madrid, treinado na época por Fábio Capello, que mesmo acusado das suas estratégias defensivas, conseguiu formar um trio temível no ataque blanco, com Davor Suker e o na altura jovem Raul de 19 anos a juntarem-se ao avançado sérvio. Ora os resultados não podiam ser melhores, o Real conquistou o título de campeão espanhol, com os três da frente a marcar entre si 59 golos. 1998 acabou por ser um dos anos mais marcantes da carreira de Predrag Mijatovic, as lesões que o atormentaram durante grande parte da época, não lhe permitiram dar o melhor contributo ao Real Madrid, que perderia a La Liga, para o Barcelona de Figo, Luis Enrique entre outros. Porém e como se costuma dizer o melhor fica para o fim, e neste caso o fim não podia ser mais formidável para Mijatovic, que marcaria o único golo na final da Liga dos Campeões, frente à Juventus, disputada na Arena de Amesterdão, dando o "caneco" aos merengues. Mas como o que é bom acaba depressa, em Agosto Mijatovic começou a dar sinais de fraqueza, com a chegada John Toshak, com o qual o sérvio desde logo teve alguns desentendimentos, devido às preferências tácticas do técnico, que entregava o ataque a Raul e Morientes, preterindo Mijatovic para médio. Os resultados acabaram por não surgir, de tal modo que o Real seria eliminado nos quartos-de-final da Liga dos Campeões pelo Dinamo Kiev e via de novo o Barça conquistar o título espanhol. No final da época, Mijatovic já com 30 anos viu o Bernabéu abrir-lhe as portas de saída, com a chegada de uma nova estrela em ascensão, Nicolas Anelka, com 20 anos vindo do Arsenal ocuparia o lugar do sérvio.


Veja o golo de Mijatovic na final da Liga dos Campeões



De Florença até ao fim em Levante

Em 1999 Mijatovic mudou-se para Itália, representando a Fiorentina onde voltaria a formar um trio de ataque de grande qualidade, desta vez ao lado de Gabriel Batistuta e Enrico Chiesa. Ao longo dos três anos que passou ao serviço do clube, Mijatovic teve o seu melhor momento ao conquistar a Taça de Itália em 2001, derrotando na final o Parma, já que no diz respeito a golos, ficou-se pelos quatro, nos 42 jogos que alinhou com a camisola viola. O avançado sérvio voltaria então a Espanha no ano de 2002, para finalizar a sua carreira assinando um contrato com o modesto Levante, clube pelo qual jogou até 2004, os 34 anos de idade pesavam cada vez mais, ao ponto de fazer só 21 jogos nas duas temporadas e marcado por três ocasiões, terminado o campeonato Predrag Mijatovic decidiu então terminar a sua carreira de jogador de futebol.


Pela Jugoslávia e Sérvia

Predrag Mijatovic começou a jogar nas camadas jovens da Jugoslávia em 1987. Dez anos depois e após o embargo da ONU no país, o avançado sérvio ajudou a selecção a chegar ao Mundial de 1998, ao marcar sete golos nos dois encontros de qualificação frente há Hungria, um hat-trick em Budapeste e um poker, na partida de Belgrado. Em França, esperava-se que Mijatovic, com 29 anos, com uma grande época ao serviço do Real e os 14 golos marcados na fase de apuramento, pudesse levar a Jugoslávia a uma boa prestação. Puro engano, o jogador apresentou-se bastante abaixo das expectativas, que teve o seu culminar quando nos 16 avos de final, Mijatovic, atirou à barra o penalti que deixou a Jugoslávia fora do Mundial na derrota por 2-1, contra a Holanda. Seguiu-se depois o europeu de 2000, Mijatovic continuou a ser convocado e na fase de qualificação brilhou quando no jogo decisivo em Outubro de 1999 frente á Croácia, o sérvio empatou a partida a uma bola num bom golpe de cabeça, o resultado final seria 2-2 que qualificou a Jugoslávia para a fase final a disputar na Holanda e Bélgica. Só que tal como em França, Mijatovic que agora já tinha 31 anos, voltaria a passar ao lado do evento principal, apesar de ter feito quatro jogos não marcou qualquer golo e a estrela da selecção jugoslava acabou por ser o outro avançado Savo Milosevic. Depois do europeu, Predrag Mijatovic não mais voltou a jogar pelo seu país.


Veja alguns dos golos de Mijatovic pela Jugoslávia




Actualmente e Palmarés

Ao longo da carreira Predrag Mijatovic venceu um campeonato e Taça da Jugoslávia, uma Liga, Taça e Supertaça espanholas, sendo os títulos de maior renome a Liga dos Campeões e a Supertaça Europeia ao serviço do Real Madrid. Jogou em seis clubes, tendo feito 433 jogos e marcado 148 golos, foi internacional por 73 vezes e fez a festa do golo por 28 ocasiões. Após terminar a carreira, Mijatovic assumiu o cargo de director desportivo do Real Madrid em 2006, função que deixaria de exercer em 2009, altura em que se mudou para Valência onde vive actualmente, sendo agente de futebol.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ainda se lembra...de Dejan Savicevic

No começo de uma nova semana trazemos em memória, um dos jogadores que marcou o futebol sérvio não apenas nos últimos anos, como em toda a sua história e que criou momentos que jamais serão esquecidos.


Uma estrela em ascensão

Dejan Savicevic nasceu a 15 de Setembro de 1966, Titograd, Montenegro na antiga Jugoslávia e desde cedo mostrou ter uma grande afinidade para a arte do futebol. Aos 15 anos começou a jogar na equipa da sua terra natal, mudando-se depois para o Buducnost da Primeira Liga e por lá jogou seis temporadas, marcando 35 golos em 131 jogos. Ora esses números levaram a que, com 21 anos Savicevic se transferi-se para um dos mais poderosos clubes do país, o Estrela Vermelha, decorria o ano de 1988. A primeira temporada não correu da melhor forma, já que foi obrigado a cumprir o serviço militar, tendo apenas ordem para jogar nos jogos das competições europeias ou da selecção nacional. Savicevic fez a sua primeira apiração pela equipa de Belgrado em Setembro, na partida inaugural da Liga dos Campeões, frente ao Dundalk da Irlanda e a estreia não podia ter sido melhor, vitória por 3-0, com o avançado a marcar um dos golos. Viriam depois os jogos a eliminar e Savicevic apareceu para defrontar o AC Milan, após uma igualdade a um nos dois jogos, a partida foi resolvida na Jugoslávia na marcação de grandes penalidade, com os italianos a levarem a melhor por 4-2, com Savicevic a falhar um dos castigos máximos. Porém as temporadas seguintes seriam de consagração para Dejan, que ajudaria o Estrela Vermelha a vencer três campeonatos consecutivos, 89/90, 90/91 e 91/92, além de duas Taças Jugoslavas e uma Liga dos Campeões.



Entre a luz e o ofuscar de Itália

Consagrado na Jugoslávia, chegava a hora de Savicevic mudar de ares e rumar até Itália, para aqueles que viriam ser mais anos de conquistas e glória. Em 1992, o AC Milan pagou ao Estrela Vermelha 9,4 milhões de euros pelo passe do jugoslavo, para o juntar a um plantel, que também via chegar Jean-Pierre Papin, Zvonimir Boban, Gianluigi Lentini e Stefano Eranio. A estreia na Seríe A, aconteceu a 13 de Setembro, dois dias antes de fazer 26 anos, com Fábio Capello ao comando, o Milan renovaria o título de campeão, mas com Savicevic a passar em segundo plano jogando apenas dez e jogos e apontando quatro golos. Dejan não se conseguia impôr na equipa rossoneri, já que naquela época imperava a lei da UEFA de só poderem actuar três estrangeiros no onze inicial e com Van Basten, Gullit, Rijkaard, Papin, Boban, o médio ofensivo via o seu espaço reduzido. A relação entre Capello e Savicevic não era das melhores e o ponto de ruptura aconteceu, quando o jogador ficou fora dos convocados para a final da Liga dos Campeões de 1993, frente ao Marselha, em Munique. Mas eis que a na época seguinte as coisas mudariam a favor de Savicevic, já que Van Basten, Rijkaard e Gullit abandonavam San Siro, deixando o trio de estrangeiros entregue a Boban, Papin e Savicevic. Embora não fosse ainda um titular indiscutível e mesmo sem marcar qualquer golo nos vinte encontros em que participou na Serie A, a grande visão de jogo e técnica do médio criativo, levaram o Milan ao scudetto e a mais uma conquista da Liga dos Campeões, coroando a sua exibição com um chapéu fantástico a Zubizarreta na vitória por 4-0 frente ao Barcelona de Johan Cruijff. Ainda assim a sua relação com Capello permanecia inalterável, valendo a Savicevic um excelente entendimento que tinha com o presidente Sílvio Berlusconi, que o apelidaria de Il Genio. A temporada de 94/95, deixou o AC Milan a meio da tabela no campeonato, mas a nível europeu a equipa chegaria pelo terceiro ano consecutivo à final da Liga dos Campeões, antes nas meias finais Savicevic marcou dois dos três golos, com que o clube eliminou o Paris Saint-Germain, mas falharia a final por lesão, embora o médio tivesse insistido que estava em condições de jogar. No jogo decisivo o Milan acabaria por cair ao pés do Ajax e de um golo de Patrick Kluivert a cinco minutos do fim. Dejan Savicevic abandonaria Itália em 1998, levando consigo 144 jogos e 34 golos, mais sete títulos, entre os quais três campeonatos, uma Liga dos Campeões e uma Supertaça Europeia. Apesar de toda a sua técnica, visão de jogo e dedicação ao clube, a imprensa transalpina acusou sempre o médio de nunca se esforçar em encontros contra equipas mais fracas e de querer apenas sobressair nos grandes encontros.




Fins de carreira

Dejan Savicevic teria uma nova passagem muito rápida pelo Estrela Vermelha em 1999, jogando somente três jogos, mudando-se logo a seguir para Viena onde actuaria ao serviço do Rapid por duas épocas, não tendo conquistado qualquer título, marcando 25 golos nos 44 jogos disputados e foi em Maio 2001, que decidiu pendurar as botas para seguir carreira como treinador. O seu primeiro cargo foi nada mais nada menos, do que comandar a selecção da já Sérvia e Montenegro, nas poucas esperanças de ainda estar presente no Mundial de 2002. A selecção precisava de vencer na Rússia para ainda lutar pelo segundo lugar no grupo, mas o empate 1-1 comprometia ainda mais o apuramento. Seguiram-se depois três triunfos, até ao jogo decisivo frente à Eslovénia, o triunfo era imperial, mas mesmo a jogar em casa os sérvios não foram além de nova igualdade a um golo, ficando assim fora do Campeonato do Mundo. Savicevic colocou então o lugar à disposição o que não foi aceite pelos membros da Federação, que o convenceram a liderar a selecção rumo ao Euro 2004. Só que após uma derrota embaraçosa por 1-2 frente ao Azerbeijão, o ex-futebolista acabaria mesmo por abandonar o cargo, com um registo de quatro vitórias, onze derrotas e dois empates.




As melhores jogadas, os golos e fintas de Savicevic






Ao serviço da selecção

Savicevic fez a sua estreia pela antiga Jugoslávia a 26 de Outubro de 1986, quando ainda jogava no Buducnost, num jogo do apuramento para o Euro 88 frente à Turquia, marcando o quarto golo na vitória por 4-0. No entanto o técnico Ivica Osim, com que teve uma relação conturbada não o convocaria para o importante jogo diante da Inglaterra, que acabaria com o triunfo inglês por 2-0. O jogador teria de esperar um ano para voltar a ser chamado à selecção, num jogo frente à Irlanda do Norte, com vitória jugoslava por 3-0. Tudo isto deixava para Belgrado novo encontro marcado frente aos ingleses, para decidirem qual deles estaria presente no europeu. Savicevic voltou a não ser chamado e a Inglaterra goleou por 1-4. Seguiu-se depois a qualificação para o Itália 90, com Savicevic a cumprir o serviço militar a sua chamada à selecção chegou apenas no jogo frente à França, entrando na segunda parte para dar a volta ao jogo. A perder por 1-2 Savicevic pegou na bola e fez duas assistências para Susic e Stojkovic darem o triunfo à equipa. Esta exibição deixou por momentos o técnico Osim rendido ao médio, que já havia cumprido o serviço militar, coroando o seu regresso com hat-trick na goleada por 4-0 ao Chipre. Só que nos encontros da segunda volta Savicevic voltaria a não ser convocado, mas isso não impediu a Jugoslávia de se qualificar para o Mundial, já que a vitória no último jogo por 1-0 frente aos norugueses, aliada ao surpreendente triunfo da Escócia em Paris por 0-3, deu aos jugoslavos o primeiro lugar no grupo. O Itália 90 porém não trouxe melhoras no que à participação de Savicevic na equipa diz respeito, no jogo inaugural a Jugoslávia sofria uma pesada derrota por 4-0 frente à futura campeã Alemanha, mas os triunfos sobre a Colômbia e Emirados Árabes Unidos deram a passagem para a fase a eliminar, tudo isto com Savicevic a jogar apenas a jogar no encontro frente aos germânicos. Nos oitavos de final a Jugoslávia defrontava a Espanha, com Savicevic a ser suplente utilizado e a sofrer a falta, sobre a qual Stojkovic marcaria o golo da vitória por 1-2 no prolongamento. Apesar do seu bom desempenho, o médio foi novamente suplente no jogo dos quartos de final frente à Argentina, entrando apenas na segunda parte, com o resultado empatado a zero e a jogar com menos um, a Jugoslávia conseguiu levar o jogo para as grandes penalidades, perdendo por 3-2.




Actualmente e Palmarés

Em 2004 Dejan Savicevic assumiu a liderança da Associação de Futebol de Montenegro, cargo que ocupa nos dias de hoje. Ao longo da sua carreira de jogador, fez 394 jogos, marcou 117 golos e foi internacional por 56 ocasiões tendo apontado 19 golos. Conquistou quatorze títulos a nível de clubes, destacando-se as duas Liga dos Campeões e ficou no segundo lugar na corrida à Bola de Ouro em 1991, tendo no mesmo ano sido eleito o melhor jogador da Jugoslávia.