Meia-final do Europeu 2012, 27 de
Junho, 19:45, Paulo Bento contra Vicente Del Bosque, Portugal contra Espanha. Serão
estas as palavras que correrão o Mundo nos próximos dias.
Lado a lado, duas das melhores
Selecções da actualidade. Portugal procura o seu primeiro título oficial e para
isso conta com jogadores de grande qualidade, em especial, com o seu capitão,
Cristiano Ronaldo, para muitos considerado o melhor jogador do Mundo. Do outro
lado do campo estará a poderosa Espanha que conta com 4 títulos oficiais. Actual
campeã europeia e mundial junta a estes dois títulos outro Campeonato da Europa
vencido em 1964, em Espanha, batendo por 2-1, na final, a União Soviética e uma
medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, com Guardiola na
equipa titular que na final bateu a Polónia por 3-2.
De ambos os lados a dúvida reside
nos pontas-de-lanças. Espanha poderá alinhar com um falso ‘9’ e nesse caso o
escolhido será Fàbregas que em vez de estar no espaço irá procurar espaços. Um
pouco diferente de Fernando Torres, já que o jogador do Chelsea serviria mais
para ser a referência da ‘Roja’. Para trás, o jogo seria pensado da mesma
forma, a única variável seria o homem mais adiantado. Fàbregas oferece outra
dinâmica que Torres não presenteia e pode trabalhar os espaços para jogadores
com Silva e Iniesta aparecerem em zonas de finalização.
Com lesão de Postiga, muito se
tem falado nos últimos dias sobre quem é que renderá o avançado oriundo de Vila
do Conde. A aposta de Paulo Bento durante o embate frente à República da Checa
recaiu sobre Hugo Almeida mas existe Nélson Oliveira, dois bons jogadores mas
com funções em campo completamente diferentes.
Se pensarmos numa fórmula mágica
para anular esta Espanha, em primeiro devemos pensar na saída de bola espanhola
e circulação da mesma. O processo ofensivo dos espanhóis começa, desde logo, em
Casillas passando posteriormente por Piqué e Sergio Ramos, ou seja, Espanha
incorpora todos os seus jogadores no seu processo ofensivo ao contrário de
grande parte das equipas. O jogo começa a ser pensado a partir da defesa e é nesse
sentido que uma aposta no avançado do Benfica seria vista com bons olhos.
Nélson Oliveira teria a capacidade para pressionar a saída de bola e obrigaria
os centrais a pensarem e a jogaram rápido, algo que poderia ser bastante
benéfico para Portugal se depois soubesse tirar partido através de transições
rápidas. Outra das ideias, passaria pela colocação de Hugo Almeida como referência
portuguesa, de forma a prender os centrais e a linha defensiva, fazendo com que
estes não subissem tanto no terreno e não encurtassem os espaços, isto é,
Espanha teria que jogar com mais largura e não iria apresentar um bloco compacto.
Como podem ver, existem opções
válidas para qualquer das alternativas. Nélson Oliveira conduziria a que Piqué
e Ramos jogassem mais rápido e poderia provocar erros, Hugo Almeida obrigaria a
que a Selecção Espanhola não jogasse tão junta e Portugal poderia depois,
aproveitar os espaços que seriam deixados nas entrelinhas para explorar os
contra-ataques.
Paulo Bento terá este primeiro
dilema para resolver, já que esta temática afigura-se como essencial para o
encontro que se avizinha.
Outro dos problemas com que
Portugal se irá deparar na quarta-feira, será a ocupação de espaços,
nomeadamente, no meio-campo. Veloso, Moutinho e Meireles terão um trabalho
desgastante mas, no entanto, bastante útil. Terão pouca bola, é certo, e por
isso deverão saber ocupar bem os espaços com especial atenção para Veloso que
deverá saber anular as diagonais interiores que os espanhóis fazem muitas das
vezes em busca de espaços. Existia ainda a possibilidade de Portugal
apresentar-se com Veloso e Custódio como duplos-pivots mas, nesse caso,
Moutinho seria o único jogador do meio-campo capaz de progredir com a bola e
criar situações de contra-ataque. Muito curto para uma Selecção que do outro
lado conta com Xavi, Xabi Alonso e Busquets.
Paulo Bento não deverá fazer
muitas alterações, para não quebrar com o entrosamento já alcançado por estes
elementos. O técnico luso deverá, sim, alterar a filosofia de jogo. Portugal
terá poucas vezes a bola mas quando a tiver, será importante ter uma boa
qualidade da posse de bola e sermos criteriosos na definição de jogadas. Um
passe errado pode deitar tudo a perder.
A solução passa por apresentar o
mesmo esquema táctico, mas com um bloco mais compacto de forma a não proporcionar
espaços vazios à ‘Roja’, caso contrário, eles não perdoarão. Em suma, bloco
junto, pressão, intensidade, concentração, ocupação de espaços e muita garra.
Serão estes os ingredientes para bater Espanha. Assim que Portugal recuperar a
bola terá de ter capacidade para sair pelas laterais e aproveitar as subidas,
em falso, de Arbeloa e Jordi Alba para depois Ronaldo e Nani apoiados por
Coentrão e João Pereira desequilibrarem e levarem Portugal à final.
Quarta-feira, dia 27 de Junho,
pelas 19:45, Paulo Bento já terá dito a todos os jogadores que iremos ganhar o
jogo e iremos elevar bem alto o nome desta nação. O último confronto entre
estas duas Selecções, teve um desfecho de 4-0 para a equipa das quinas que numa
grande demonstração de carácter, atitude e demonstração de garra, Portugal
mostrou que era possível bater esta Espanha.
Esperamos todos nós, que o
desfecho seja idêntico ao do último jogo!
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