E por fim, começamos a falar do Euro que nos faz feliz. Já não é a conturbada zona do velho continente que ameaça implodir, já não é a moeda que poderá ter os dias contados. Agora é tempo para a Europa respirar futebol.
Finda a exigente época desportiva, a nata dos jogadores europeus faz um derradeiro esforço para alcançar a glória com a camisola do seu país. Às portas do certame polaco-ucraniano, Alemanha, Espanha e Holanda concentravam a aposta – como diria CR7 – do maior número de “malas de dinheiro”, enquanto em Portugal se debatiam os efeitos da gigantesca operação de marketing em torno da selecção, das inúmeras horas de directos sem grande conteúdo, aos descontos em cartão para encher o estádio.
Facto: goste-se ou não, as coisas são feitas porque resultam; o povo português socorre-se muito do futebol, e o EURO 2012 chega num período económico e social tão difícil que este é um refúgio ainda mais premente.
Dizer que a competição não começou bem para Portugal é uma evidência no quadro pontual, mas associada a uma derrota por muitos vaticinada esteve uma exibição competente e personalizada, bem distante dos confrangedores jogos de preparação. Faz parte da alma lusa dizê-lo mas, se invertêssemos os papéis das duas equipas no jogo de ontem, até à altura da finalização, seguramente que a Alemanha não teria saído derrotada. Falta sempre sorte, falta sempre sangue frio. Faltou ontem um homem-golo eficaz no lugar de Varela.
Ontem perdeu-se um jogo, três pontos, e qualquer margem de erro. Mas com certeza os jogadores ganharam confiança e asseguraram – a si próprios e a nós – que têm qualidade para se bater com os melhores. Além disso, viu-se entreajuda e sentido colectivo, que a serem transportados para os próximos jogos, poderão levar-nos aos quartos (lembram-se de 2004?)
Duas notas:
1 – Atenção à Dinamarca. Bateu – com fortuna à mistura, é certo – a favorita Holanda, baralhou as contas do grupo e entrará no próximo jogo motivada a selar a passagem à fase seguinte.
2 – Atenção à Rússia. Semi-finalistas em 2008 e donos de um futebol atractivo, podem ser a surpresa deste EURO. Trucidaram os checos e, com Arshavin, Dzagoev, Shirokov e Zhirkov, dispõem de um meio-campo fabuloso. E ainda há Izmailov no banco.
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