quarta-feira, 24 de outubro de 2012

BOLA AO MEIO: Em Moscovo com frio e em Manchester com personalidade



O Benfica foi até à Rússia nesta jornada europeia para defrontar o Spartak de Moscovo com a ideia de pontuar o que acabou por não se verificar face à derrota por 2-1. Um Benfica sem atitude e identidade foi aquilo que vimos hoje à tarde e que valeu a que o Benfica agora tenha de correr atrás do prejuízo. Com várias ausências de peso, a equipa portuguesa mostrou-se incapaz de ter alguém que pegasse no jogo e no meio-campo. Rodrigo teve sempre muito espaço aparecendo entre zonas mas quando recebia a bola apenas tinha Lima como companheiro de ataque, já que a equipa estava a demorar muito a subir.

O Benfica entrou a perder no jogo, um conceito que encaixa na perfeição na descrição deste jogo com Rafael Carioca a marcar para a equipa russa aos 3 minutos de jogo. Lima ainda chegou ao empate após assistência de Salvio e Jardel na própria baliza, apontaram os golos da partida.

Algumas falhas defensivas no que toca a concentrações posicionais ditaram o resultado final. Jurado e Ananidze fizeram tremer a defesa benfiquista com Ari a sambar na frente de ataque. Notou-se uma clara dificuldade de adaptação ao terreno mas não se pode culpar um terreno onde o Celtic foi ganhar, Celtic esse que esteve quase a roubar pontos ao Barcelona se não fosse Jordi Alba e marcar no último minuto. Faltou agressividade e velocidade de execução no meio-campo encarnado. A falta de pressão também tornou-se crucial para esta derrota.

As contas tornam-se complicadas para o Benfica que precisa agora de ganhar em casa frente ao Celtic e Spartak para garantir a passagem e esperar que as duas equipas não façam pontos contra o Barcelona.

A uns bons milhares de quilómetros de distância, pouco depois do apito final do jogo do Benfica, o Braga enfrentava o Manchester United no mítico Old Trafford. A equipa do Minho entrou muito bem em campo e se o Benfica entrou a perder, o Braga entrou a ganhar com golo de Alan aos 2 minutos. Pouco tempo depois, o brasileiro fez novamente o gosto ao pé ao marcar 0-2, numa verdadeira demonstração de carácter.

O Braga jogava e silenciava os adeptos ingleses. Chicharito conseguiu reduzir antes do intervalo. Depois do descanso, o Manchester entrou sem conceber espaços à ofensiva do Braga que alinhou de início com 8 portugueses e começou a criar oportunidades sem que a equipa portuguesa tenha perturbado De Gea durante toda a segunda parte. Aos 62 minutos, Evans restabeleceu a igualdade inicial numa jogada confusa na área bracarense. Por fim, Chicharito aos 75 minutos ditou o resultado final com um excelente cruzamento de Rafael.

O Braga ainda forçou nos minutos finais mas sem qualquer êxito. Peseiro sai de Manchester com a sensação de que podia ter pontuado e que lutou de igual para igual contra uma das melhores equipas europeias. A falta de experiência resultou na derrota do Braga mas os adeptos e os jogadores podem estar orgulhosos da exibição da sua equipa, uma vez que elevaram o nome de Portugal e de Braga bem alto. Humildade. Intensidade e personalidade. São características que descrevem o jogo do Braga.

Duas equipas portuguesas com mentalidades e atitudes diferentes. O Benfica tinha obrigação de fazer muito mais e acabou por comprometer a qualificação à fase seguinte, já o Braga mostrou que é uma equipa que merece respeito ao jogar olhos nos olhos contra o Manchester. Um enorme banho de humildade por parte do Braga.

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