Na última Sexta a selecção nacional falhou o primeiro teste decisivo - o outro é apenas em 2013 - para se apurar tranquilamente para o Mundial 2014. Foi um desafio bastante equilibrado, a posse de bola e o comando do jogo foram inteiramente lusos no entanto faltou objectividade e definição dos ataques no último terço do campo russo. Os homens de Capello com a sua estratégia mega defensiva conseguiram controlar grande parte do encontro, e com uma atenção redobrada sobre a estrela portuguesa fizeram com que Ronaldo acabasse o jogo com um rendimento quase nulo, fruto de uma marcação fortíssima do qual o português nunca se conseguiu libertar.
As equipas de topo que jogam em 4-3-3 (ou 4-2-3-1), costumam ter a sua estratégia montada para que os 4 homens mais atacantes sejam capazes de decidir a partida a qualquer momento, um dos grandes exemplos é o R.Madrid, com Ronaldo, Di Maria, Ozil e Benzema a comporem um quarteto demolidor; por mais qualidade táctica e defensiva que a equipa adversária tenha, é praticamente impossível estar 90 minutos a aguentar com o poder de fogo "blanco", e é esta a grande vantagem do extremo português na equipa madrilena. É impossível dedicar-lhe grande atenção especial porque existem muitos mais com que se preocupar, sob a pena de deixar o corredor oposto desprotegido para Di Maria, ou a zona central propícia aos passes de Ozil, deste modo se não é o capitão nacional a inventar situações é ele a usufruir das situações que os seus companheiros criaram.
Na equipa de Bento falta um ponta de lança e um verdadeiro nº10, tornando muito mais fácil o trabalho dos defesas, em Luzhniki - como em vários outros encontros - o espaço deixado pela forte marcação a Ronaldo não foi aproveitado por nenhum dos seus colegas. Postiga não é um ponta de lança com capacidade para criar oportunidades sozinho - e os seus níveis de eficácia também não ajudam muito - ,Moutinho é um 8 de classe mundial mas como 10 não se consegue assumir como o patrão do meio campo que recebe todo o jogo e o distribui pelo ataque, Nani apesar de ser um dos melhores extremos do mundo - e aquele que melhor aproveita os espaços que a marcação a Ronaldo cria - eclipsou desde que iniciou a época e os seus níveis de concentração e motivação estão muito abaixo do pretendido.
Muito mais que criticar CR7 convém começar a olhar para a falta de opções - actuais e futuras - que a nossa selecção demonstra em locais do terreno cuja capacidade de fazer a diferença é essencial, vejo futuro em Nelson Oliveira e pouco mais.
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