terça-feira, 9 de outubro de 2012

BOLA AO MEIO: Tal agressividade




Barcelona (Messi) 2 - 2 Real Madrid (Ronaldo). Jogo para Jesus ver e entender.

Nos últimos jogos entre estes dois colossos europeus, as assimetrias têm sido cada vez menos com o Real de Mourinho a chegar cada vez mais próximo do Barcelona. O Real e hoje em dia, consegue ser uma equipa muito mais equilibrada mentalmente e tacticamente. A equipa apresenta-se com blocos mais juntos e com uma enorme solidariedade defensiva. Assistimos no passado domingo, a um Real muito mais adulto na sua forma de jogar e que colocou em sentido este Barcelona.

Os merengues não têm problemas em baixar no terreno porque sabem que na frente possuem um ataque bastante rápido e imprevisível com Ronaldo, Ozil, Di María e Benzema. Xabi, Khedira, Arbeloa, Pepe, Ramos, Marcelo e Casillas formaram a restante equipa. Tito Vilanova decidiu fazer duas alterações face ao jogo de terça-feira frente ao Benfica, ao tirar Alexis e Puyol para incluir Fàbregas e Adriano. A principal preocupação do Real era juntar os seus blocos e pressionar o Barcelona, para não deixar os seus jogadores construírem a seu belo prazer com espaço para pensar e executar. A pressão aliada a agressividade sobre o portador da bola, obrigou o Barcelona a pensar mais rápido e forçou os erros dos culés. 

Assim que o Real recuperava a posse de bola, procurava explorar as fragilidades da equipa da Catalunha através de transições rápidas e lateralizações para Ronaldo e Di María que apareciam nas costas de Daniel Alves, numa primeira fase, Montoya, que substituiu o lesionado Alves e Alba. Em poucos toques o Real chegava à área do Barcelona. Com a entrega do domínio de jogo aos culés, coube ao Real saber explorar as suas virtudes, que apostou em contrariar o pendor ofensivo por parte dos catalães que ao subirem no terreno para se organizarem ofensivamente, criavam espaços nas costas da defesa.

O Real chegou à vantagem através de Cristiano Ronaldo ao minuto 22 numa jogada muito bem construída pela ofensiva madrilena. Pouco depois Benzema teve nos pés o 2-0 mas o poste foi o destino do seu remate. Numa das poucas desconcentrações defensivas, Messi chegou ao empate e assim se manteve o resultado até ao intervalo.

No segundo tempo, o Real deixou a pressão e a agressividade nos balneários, o Barcelona cresceu como equipa e começou a ter mais bola. Uma segunda parte distinta da que assistimos na primeira. Messi marcou o golo da noite, num livre directo muito bem colocado e virou o resultado em Camp Nou. Mourinho quis passar uma mensagem clara para dentro do campo em que ainda acreditava na vitória e tirou Benzema para colocar Higuaín, já Tito tirou Fábregas para colocar Alexis. O Real voltou a acordar para o jogo e voltou a exercer a mesma pressão do primeiro tempo, o resultado ficou à vista. Alexis falhou um passe crucial no meio-campo e Ozil aproveitou para isolar Ronaldo na cara de Valdés que não facilitou e chegou ao empate.

Nos instantes finais o Barcelona ainda sobrecarregou e Casillas chegou mesmo a ver uma bola a bater na barra, após remate de Montoya. Para a história fica um jogo muito bem disputada, entre duas das melhores equipas da actualidade, com dois dos melhores jogadores da actualidade. Um Real que conseguiu diminuir o domínio de jogo do Barcelona que com algumas ausências defensivas de peso, expôs-se demasiado aos contra-golpes madrilenos. Dois golos para Messi e outros dois para Ronaldo, ou seja, dois golos para cada ET. Em termos classificativos, fica tudo igual com o Real a 8 pontos dos líderes, Barcelona e Atlético de Madrid que beneficiou do empate em Camp Nou.



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