Esta semana, tive a oportunidade de acompanhar o melhor jogo da CAN 2013 até ao momento, Tunísia vs Argélia. Muito por culpa, da selecção argelina. Belíssimo colectivo!
Um 4-3-3 com nuances europeias, sobretudo no aspecto de recuperação da posse. Equipa muito agressiva em certos momentos do jogo, nomeadamente, quando o duplo-pivôt defensivo(Lacen e Mostefa) pressiona mais acima, quase encostado à grande área tunisina, "obrigando" o adversário a esticar (Belkalem e Medjani, impiedosos nas divididas) ou jogar mal.
Em posse, procurou 'N' vezes combinações exteriores através da superioridade numérica nas faixas e servir com cruzamentos a sua principal referência, Slimani. Grande, grande capacidade no jogo aéreo. Muito forte a atacar o espaço, um poço de força que não pede licença na hora de finalizar.
Invariavelmente a saída de bola tinha como principal condutor, Mesbah, lateral-esquerdo do AC Milan. Excelente capacidade de aceleração, invade bem o último terço e quando não tabela, cruza com selo de golo. Formou com Feghouli e Kadir um trio fantástico... conseguiram desorganizar toda a estratégia marroquina.
Feghouli foi mesmo o melhor em campo, independentemente do resultado(derrota da Argélia por 1-0). Uma autêntica dor de cabeça para quem correu atrás dele, um mar de soluções ofensivas e uma capacidade de romper linhas muito acima da média. Começou como médio-ofensivo mas rapidamente viu que por ali não dava ou sempre que dava era travado em falta(impressionante a maneira como pega na bola e vai embora). Teve a percepção de baralhar tudo com diagonais exteriores... a surgir na posição de Kadir, que com bola vinha invariavelmente fazer o papel de médio-ofensivo(Feghouli). El Adoua, jogador do Vit.Guimarães, andava perdido à procura de homem para marcar... pois bem, ele andava na linha a desequilibrar. Foi assim que se verificou a melhor jogada do encontro. Para variar, tudo começa em Mesbah, mais uma das suas boas investidas... passada larga até ao ataque, combinação com Feghouli que resulta em 1x1 ofensivo. O artista do Valência ultrapassa o lateral em velocidade e com o pé esquerdo cruza milimetricamente para Slimani no meio dos centrais cabecear um míssil à barra. Certamente, uma das jogadas mais bonitas desta competição, aconteça o que acontecer.
Uma troca posicional apenas verificada em posse. Em recuperação, os papéis iniciais mantinham-se e a pressão alta ofuscava qualquer tipo de iniciativa por parte de Marrocos(nulidade total de fio de jogo).
Mais do que ser perigoso em posse, é preciso perceber qual a zona mais vulnerável para dar sequência à saída de bola iniciada.
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