Mattheus, filho de Bebeto, no golo do empate do Brasil
Feitas as introduções no artigo anterior é altura de falar dos jogos que ocorreram ontem. Mas antes disso gostaria de deixar uma nota aos leitores. Os 4 primeiros classificados terão direito a um lugar no Mundial Sub-20 que irá decorrer na Turquia de 21 de Junho a 13 de Julho.
BRASIL - EQUADOR
A esperança era muita para ver o Brasil mas o sentimento no final foi de um vazio autêntico. O Brasil que conta com jogadores como Wallace, Adryan, Felipe Anderson, Rafinha, Mattheus, Bruno Mendes e Ademilson.
Wallace é um lateral-direito com grande disponibilidade física ao integrar bem o ataque. Mostrou também ser dotado tecnicamente. Contudo, em termos defensivos apresentou algumas debilidades nomeadamente quando José Cevallos Enríquez descaia no seu corredor mas do equatoriano já falaremos mais à frente.
Adryan é um médio-ofensivo de grande qualidade técnica e visão de jogo. Ontem jogou como extremo esquerdo e procurou sempre movimentos interiores através de diagonais. O jovem do Flamengo aparenta ter uma grande maturidade. É sem dúvida um dos maiores destaques desta prova.
Felipe Anderson é o nome do futuro do Santos. O novo craque da Vila de Belmiro tem sido figura de destaque após a saída de Paulo Henrique Ganso e Elano. Médio-organizador com grande leitura de jogo.
Rafinha é jogador do Barcelona e irmão de Thiago Alcântara. Apesar de ter sido internacional nas camadas jovens por Espanha, Rafinha optou por representar o Brasil. Médio-centro de grande intensidade e técnica. Não se entende como é que ontem não entrou numa altura em que o Brasil precisava de acelerar o jogo e ir para cima do Equador.
Mattheus, 18 anos. É filho do famoso Bebeto que no Mundial de 1994 fez um gesto de embalar, em homenagem ao seu filho. Jogou como médio de transição e foi dos jogadores em destaque do Brasil. Preencheu o meio-campo, defendeu, atacou e soube ler bem o jogo. Foi dele o remate que deu origem ao golo do Brasil com Luis Leon Bermeo a colocar a bola na própria baliza.
Bruno Mendes é outra das figuras de destaque do Brasil. Entrou a pouco mais de 10 minutos do fim do jogo e pouco se mostrou. O avançado brasileiro trocou o Guarani pelo Botafogo e com apenas 18 anos já é uma das referências ofensivas da equipa. Leva 6 golos em 8 jogos. Rápido com bom remate e boa capacidade de desmarcação são algumas das características que podem encontrar neste jovem.
Ademilson joga na mesma posição que Bruno Mendes mas tratam-se de estilos diferentes. O jovem do São Paulo que é por muitos considerado a nova promessa do clube é um ponta-de-lança bastante possante.
Em relação ao Equador podemos referir a dupla de atacantes. José Cevallos Enríquez que tem apenas 17 anos baralhou a defensiva canarinha. Ora descai na direita ora descai na esquerda. Rápido, agressivo, bom tecnicamente. Cevallos fez dupla no ataque com Miguel Parrales Vera, autor do golo do Equador. O autor do golo equatoriano soube aparecer bem no espaço e com um cabeceamento colocado fez o 1º do jogo.
Um Brasil pouco dinâmico e desligado entre os sectores, alinhando num 4-3-3. Por outro lado o Equador mostrou que não tinha nada a perder e foi para cima do Brasil, mostrou atitude e agressividade, jogando em 4-4-2.
Resultado final: Brasil 1 - 1 Equador (Luis Leon Bermeo 38' ag e Miguel Parrales Vera 28')
URUGUAI - PERU
Este jogo trazia alguma expectativa para ver jogadores como Gianni Rodríguez (defesa-esquerdo), Gastón Silva (defesa-central) e Jim Varela (médio-defensivo). Estes três uruguaios foram apontados ao Benfica.
O primeiro é certinho em termos defensivos embora não tenha tido muito trabalho ontem. Em termos ofensivos, procura explorar as costas dos seus adversários através de passes longos para os seus companheiros.
Gastón Silva mostrou uma grande maturidade, inteligente tacticamente, sabe posicionar-se e é forte fisicamente. No que a saídas de bola diz respeito, Gastón opta por rasgar longo na frente, utilizando um futebol directo.
Jim Varela é um médio-defensivo que cumpre a sua função. Bom a recuperar a bola e depois não se aventura muito no ataque. Por outro lado, um dos seus companheiros do meio-campo saltou à vista.
Sebastián Cristóforo encheu o meio-campo uruguaio. Médio-transição com grande pulmão e disponibilidade física. Começou a ganhar relevo na segunda parte com a ascendente do Uruguai na partida como já irei referir.
Em termos ofensivos, a dupla Rúben Bentancourt e Nicólas Federico López mostrou-se muito dinâmica e interventiva causando muito perigo à baliza do Peru. O primeiro joga no PSV e é muito forte no que toca à impulsão e ao jogo aéreo. Costumava vir buscar jogo atrás e abrir espaços para o seu companheiro de ataque. Nicólas joga na Roma, tem 19 e um pé esquerdo invejável. É bom tecnicamente e tem uma boa capacidade de decisão.
A dupla de avançados do Peru também vai dar que falar. Jean Deza e José Yordy Reyna são dois avançados velozes e com técnica apurada. Mexeram-se muito no ataque e conseguiram destabilizar a defensiva uruguaia. Ao falar da selecção peruana é imperativo falar de Cristian Benavente. 18 anos e formado no Real Madrid. É este o cartão de visita do médio-centro peruano. Ambidestro com grande capacidade de controlo de bola e leitura de jogo.
Falando agora do jogo em si, o Peru foi para o intervalo a ganhar por 2-1 mas tudo se alterou na 2ª parte. O Uruguai mexeu bem na paragem uma vez que não estava a acertar nas marcações. Jogando em 4-4-2 losango o Uruguai concedeu alguns espaços o que proporcionou algumas falhas de marcação nomeadamente quando Edwin Sánchez lateral-esquerdo do Peru incorporava o ataque e criava situações de 2x1 contra Guillermo Varela, sendo que numa dessas situações Edwin marcou um excelente golo do meio da rua. O esquerdino do Peru também deixou bons apontamentos, nomeadamente em termos ofensivos. Com a entrada de Diego Rolán para o lado direito do meio-campo, passando o Uruguai a actuar num 4-4-2 clássico com Rolán a fechar na direita e Giorgian de Arrascaeta a jogar mais descaído para a esquerda. A partir da entrada de Rolán, Edwin não teve mais liberdade para atacar e o Uruguai conseguiu segurar o jogo no meio-campo. Dominou e conseguiu dar a volta ao jogo.
Contudo, minutos depois de um lance insólito onde Angelo Campos, guarda-redes peruano fez uma defesa de outro Mundo, o Peru chegou ao empate através de uma grande penalidade convertida por Benavente à passagem do minuto 86 com Gastón Silva a ser o infractor.
O Peru alinhou num 4-4-2 clássico com Reyna e Deza a atormentarem a defensiva do Uruguai.
Resultado final: Uruguai 3 - 3 Peru (Nicolás López 40', Rúben Bentancourt 54', Diego Rolán 56' e Yordy Reyna 19', Edwin Sánchez 44', Benavente 86')
Dois jogos do Grupo B com muitos talentos a emergir mas sem nenhuma vitória.
Hoje temos mais acção com Argentina - Paraguai às 23 e Chile - Bolívia à 01:15. Não percam!
Veja ainda os golos de ontem:
Brasil 1 - 1 Equador
Uruguai 3 - 3 Peru
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