Muitos jogadores "conquistaram o mundo" através da sua magia e técnica futebolista precocemente, como Pelé (disputou e venceu o seu primeiro mundial com singelos 17 anos), Messi (assumiu-se como titular do Barcelona com apenas 20 anos, vencendo o galardão de melhor jogador do mundo dois anos depois), Cristiano Ronaldo (aos 19 já era uma das figuras do Manchester United e da seleção nacional) e Neymar (aos 21 anos transferiu-se para os culé por 57 M€ sendo, simultaneamente, a figura principal do Brasil).
Porém, ao longo da história do futebol, encontramos diversos atletas consagrados no ângulo oposto: só se revelaram ao mais alto nível tardiamente mas, mesmo assim, ainda foram a tempo de deixar uma marca incontornável neste desporto.
Dino Zoff: Rejeitado pelos colossos italianos aos 14 anos, Zoff, um dos melhores guarda-redes de todos os tempos, só aos 30 viu a sua persistência recompensada quando foi contratado pela Juventus, na década de 70 um dos melhores conjuntos europeus. Nos bianconeri, ainda conseguiu compensar o tempo "perdido" em emblemas de segunda linha do campeonato transalpino, como a Udinese e o Nápoles, vencendo 6 scudettos e uma Taça UEFA (falhou a Champions no seu último ano como profissional). Na seleção também é um caso de estudo: só se assumiu como titular indiscutível em 1972 (quando se mudou para Turim) e até 1974 não sofreu um único golo pela Squadra Azzurra (recorde mundial); depois, em 1982, aos 40 anos, capitaneou-a até à vitória no Campeonato do Mundo, fechando em grande uma carreira que começou negativamente.
Roger Milla: Seguramente, o nome que nos vem imediatamente à memória quando se comenta este assunto, devido aos seus feitos em mundiais em idade avançada. Todavia, Milla não foi assim tão tardio: em 1977, quando se iniciou no futebol europeu, no Valenciennes, de França, já era o melhor jogador do seu continente. Todavia, a sua passagem pela antiga Gáulia foi dececionante pois, apesar dos muitos golos que registou, alinhou sempre em emblemas de qualidade média (ainda debutou pelo Monaco, Bastia, Montpellier e Saint-Étienne, clubes que, na altura, não tinham grande expressão a nível do "Velho Continente"). Após esta longa jornada em França, o camaronês pensou na reforma. Todavia, a interferência do presidente Paul Biya fê-lo repensar, pelo que regressou à ativade profissional no Campeonato do Mundo de 1990. Aí, com 38 anos, guiou a sua seleção aos quartos-de-final, marca nunca antes registada por um país africano, sendo ainda um dos artilheiros da competição. Em 1994, nos Estados Unidos, Milla chocaria o mundo, ao regressar para o Campeonato do Mundo. Nessa edição, bateria dois recordes: atleta mais velho a marcar num mundial (marca que já detinha) e jogador mais velho a alinhar nessa prova (com 42 anos). Rápido, inteligente e com "faro" pelo golo (que o diga Higuita), Roger é um exemplo de força e dedicação, sendo um excelente exemplo para os mais jovens.
Diego Milito: José Mourinho referia regularmente que, infelizmente, Diego Milito surgiu na alta-roda do futebol europeu demasiado tarde. Realmente, independentemente de ter revelado uma apetência pelo golo fora do normal desde muito jovem, o argentino apenas se transferiu para um dos melhores clubes do mundo aos 30 anos. Até lá, brilhou e destacou-se no Racing, da Argentina, no Saragoça (61 golos apontados em 3 temporadas) e na Génova (50 tentos em 3 anos). Depois, ingressou no Inter, onde se afirmou, definitivamente, como um dos melhores avançados do mundo, sendo fulcral para a conquista do "triplete": Liga e Taça italiana e Champions, apontando os golos decisivos em cada competição. Após essa campanha memorável, as lesões têm apoquentado o ponta-de-lança, sendo um dos principais motivos para a sua quebra de forma em 2010/11 (34 partidas/8 golos) e 2012/13 (16 jogos/7 golos). Contudo, quando se encontra na plenitude da sua capacidade física, Milito continua a demonstrar ser um autêntico goleador, que necessita de "meia-oportunidade" para fazer balançar as redes. Em relação a este atleta pode-se dizer, mais do que nunca, que demorou a chegar ao topo do "desporto-rei", mas ainda a tempo de deixar o seu nome cravado na história da atividade.
Lima: Dos muitos brasileiros que têm "aterrado" no futebol português nos últimos anos, Lima é, seguramente, um dos que teve mais sucesso. Perdido nas divisões secundários do futebol "canarinho", o avançado chegou a terras lusas em 2009, já com 26 anos, para representar o Belenenses. No Restelo fez o que lhe pediram: marcou golos, muitos, tendo em conta o panorama das suas hostes na altura. Uma excelente temporada valeu-lhe o "salto" para o Sporting de Braga, onde continuou a brilhar e a ser decisivo. Após duas épocas muito rentáveis, o futebolistas nascido em 1983 foi contratado, aos 29 anos, pelo Benfica onde, na última época, se revelou figura crucial no esquema das águias (foi, inclusivamente, o melhor marcador dos encarnados na Primeira Liga) e, certamente, o será de forma semelhante nesta nova campanha.
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