A primeira grande aparição da Selecção Nacional de Portugal numa grande competição planetária deu-se em 1928, nos Jogos Olímpicos de Amesterdão. Não é demais recordar que na altura o torneio olímpico de futebol era a maior competição futebolística do Mundo, a qual de quatro em quatro anos juntava as melhores selecções do globo. Isto porque nem o Campeonato do Mundo nem o Campeonato da Europa haviam visto a luz do dia. Vencer os Jogos Olímpicos era o equivalente a vencer um Mundial nos dias de hoje. Daí para ver a importância dada por todo o país à participação lusitana nas olimpiadas de 1928.
A aventura teve início a 21 de Maio desse célebre ano, dia em que a comitiva lusa chefiada pelo lendário Ribeiro dos Reis e por Salazar Correia embarcou na Estação do Rossio com destino a Amesterdão, com uma escala feita em Paris, num total de 40 horas de comboio!!!
Chegados à Holanda ecos de descontentamento desde logo se fizeram ouvir pelos jogadores lusos em consequência da verdadeira espelunca em que foram despejados. Fraca acomodação que não impediu os estreantes portugueses liderados tecnicamente pelo “mestre” Cândido de Oliveira de brilhar na sua ante-estreia num grande palco do futebol a nível planetário.
E ante-estreia porque a nossa selecção teve de ultrapassar uma fase pré-eliminar diante do Chile. Um encontro que não começou nada bem para Portugal, que ainda antes dos 15 minutos da etapa inicial já perdia por 0-2! No entanto a garra lusa viria ao de cima ainda antes do final da 1ª parte, tendo Vítor Silva e Pepe feito os golos que dariam o empate com que se atingiu o intervalo.
No 2º tempo Portugal continua a brilhar, e o mesmo Pepe e Waldemar Mota fariam mais dois golos que colocariam o resultado final em 4-2 e garantiam o apuramento da selecção para a fase seguinte.
Aí o adversário daria pelo nome de Jugoslávia. Duelo que chegaria ao fim com mais uma vitória lusa, desta feita por 2-1, com golos de Vítor Silva e de Augusto Silva.
A partir daqui o sonho - de alcançar uma medalha - instalou-se na comitiva portuguesa e no povo que em Portugal lotava as praças das grandes cidades para conseguir apurar os resultados da selecção... pois na altura a televisão não passava de uma miragem e a rádio não fazia relatos futebolísticos.
Nos quartos-de-final calhou em sorte - ou azar como se viria a confirmar mais tarde - o Egipto. Africanos que dominariam este jogo, o qual terminaria com um triunfo destes por 2-1, tendo o tento português sido da autoria de Vítor Silva. Apesar de eliminada esta selecção nacional portuguesa jamais será esquecida, pois foi a primeira a levar a uma grande competição mundial a nossa bandeira, tendo sido recebida em Lisboa de forma apoteótica... como se tivesse vencido o título olímpico... que na verdade foi para o Uruguai.
Assim sendo nomes como Vítor Silva, Jorge Vieira, Waldemar Mota, Carlos Alves (o "luvas pretas", tio de João Alves), e o "imortal" Pepe ficarão para sempre gravados a letras de ouro na história do futebol lusitano.
Na imagem pode ver-se o célebre onze luso no relvado do Estádio Olímpico de Amesterdão.
Em cima da esquerda para a direita: Roquete, Armando Martins, José Manuel Martins, Vitor Silva, Jorge Vieira, Carlos Alves e Raúl de Figueiredo. Em baixo da esquerda para a direita: César de Matos, Augusto Silva, Pepe e Waldemar Mota.
A aventura teve início a 21 de Maio desse célebre ano, dia em que a comitiva lusa chefiada pelo lendário Ribeiro dos Reis e por Salazar Correia embarcou na Estação do Rossio com destino a Amesterdão, com uma escala feita em Paris, num total de 40 horas de comboio!!!
Chegados à Holanda ecos de descontentamento desde logo se fizeram ouvir pelos jogadores lusos em consequência da verdadeira espelunca em que foram despejados. Fraca acomodação que não impediu os estreantes portugueses liderados tecnicamente pelo “mestre” Cândido de Oliveira de brilhar na sua ante-estreia num grande palco do futebol a nível planetário.
E ante-estreia porque a nossa selecção teve de ultrapassar uma fase pré-eliminar diante do Chile. Um encontro que não começou nada bem para Portugal, que ainda antes dos 15 minutos da etapa inicial já perdia por 0-2! No entanto a garra lusa viria ao de cima ainda antes do final da 1ª parte, tendo Vítor Silva e Pepe feito os golos que dariam o empate com que se atingiu o intervalo.
No 2º tempo Portugal continua a brilhar, e o mesmo Pepe e Waldemar Mota fariam mais dois golos que colocariam o resultado final em 4-2 e garantiam o apuramento da selecção para a fase seguinte.
Aí o adversário daria pelo nome de Jugoslávia. Duelo que chegaria ao fim com mais uma vitória lusa, desta feita por 2-1, com golos de Vítor Silva e de Augusto Silva.
A partir daqui o sonho - de alcançar uma medalha - instalou-se na comitiva portuguesa e no povo que em Portugal lotava as praças das grandes cidades para conseguir apurar os resultados da selecção... pois na altura a televisão não passava de uma miragem e a rádio não fazia relatos futebolísticos.
Nos quartos-de-final calhou em sorte - ou azar como se viria a confirmar mais tarde - o Egipto. Africanos que dominariam este jogo, o qual terminaria com um triunfo destes por 2-1, tendo o tento português sido da autoria de Vítor Silva. Apesar de eliminada esta selecção nacional portuguesa jamais será esquecida, pois foi a primeira a levar a uma grande competição mundial a nossa bandeira, tendo sido recebida em Lisboa de forma apoteótica... como se tivesse vencido o título olímpico... que na verdade foi para o Uruguai.
Assim sendo nomes como Vítor Silva, Jorge Vieira, Waldemar Mota, Carlos Alves (o "luvas pretas", tio de João Alves), e o "imortal" Pepe ficarão para sempre gravados a letras de ouro na história do futebol lusitano.
Na imagem pode ver-se o célebre onze luso no relvado do Estádio Olímpico de Amesterdão.
Em cima da esquerda para a direita: Roquete, Armando Martins, José Manuel Martins, Vitor Silva, Jorge Vieira, Carlos Alves e Raúl de Figueiredo. Em baixo da esquerda para a direita: César de Matos, Augusto Silva, Pepe e Waldemar Mota.
4 comentários:
Tá giro o artigo. Não fazia ideia... Tanta coisa mudou meu deus. Perder com o Egipto. Isso agora seria um escândalo nacional!
Muito boa ideia!
40 horas de comboio e ainda ir jogar à bola.. aquilo é que era amor à pátria
Excelente rubrica!
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