sexta-feira, 15 de abril de 2011

Máquina do Tempo: A final mais épica da história das competições europeias de clubes

Agora que as grandes decisões europeias ao nível de clubes se aproximam a passos largos a “Máquina do Tempo” decidiu hoje fazer uma viagem até 1960, ano em que o “Velho Continente” presenciou aquela que muitos ainda hoje afirmam ter sido a final mais épica da histórias das competições europeias. E assim o foi, dizem os teóricos da bola, não só pela sua espectacularidade e pela fartura de golos que ali nasceram mas sobretudo pela consagração daquela que foi uma das mais espectaculares “máquinas” de futebol da história do jogo: o Real Madrid das décadas de 50/60.


Realizado no dia 18 de Maio de 1960 este jogo fez igualmente história pelo facto de nele terem estabelecidos alguns recordes em finais da prova rainha do futebol europeu que ainda hoje prevalecem intocáveis. Desde logo a moldura humana presente no Hampden Park, de Glasgow (Escócia), o palco desta final: aproximadamente 130 mil almas lotaram por completo o santuário do futebol escocês. Recorde foi também o número de golos marcados: 10 (!), 7 para o Real Madrid e 3 para o Eintracht.


Espanhóis que face a esta incrível e inesquecível vitória por 7-3 conquistariam a sua quinta TCCE consecutiva (também este um recorde de triunfos consecutivos em provas europeias), prova clara de que na altura a sua supremacia no futebol europeu era por mais do que evidente. Para – mais – este triunfo muito contribuiram as fenomenais exibições das estrelas-mor madrilenas: Puskas, Di Stefano, Gento, e Del Sol.


Neste duelo o Eintracht até começou melhor, tendo um claro domínio durante a primeira meia hora da contenda, não sendo como tal de surpreender que ao minuto 18 fizesse balançar as redes pela primeira vez naquela épica tarde por intermédio de Kress. O segundo golo dos campeões alemães esteve por mais do que uma ocasião muito perto de acontecer, mas a mestria do “gigante” espanhol aos poucos começou a vir ao de cima e o empate surgiu aos 27 minutos pelo mago Di Stefano. O hispano-argentino estava endiabrado e dois minutos volvidos faria o 2-1. Ainda antes do intervalo outro “diabo” merengue elevaria os números para 3-1. Puskas era o seu nome. Mas o melhor ainda estava para vir. Um autêntico recital da orquestra madrilena na etapa compelmentar eclipsou de vez o combinado germânico. O “major galopante” (Puskas) marcaria mais três golos consecutivos e decidiria a contenda. Mas os alemães queriam fazer parte da história, queriam sobretudo entrar naquele espectáculo magistral de futebol, e continuaram ao ataque em busca de golos. Como tal aos 72 minutos Stein reduziu para 2-6.


Por esta altura o jogo decorria em jeito de parada e resposta a um ritmo diabólico, como se nada estivesse ainda decidido, e no minuto seguinte ao tento germânico Di Stefano fez o seu terceiro golo e dilataria o score para 7-2. Dois minutos volvidos e Stein bisaria. 7-3. Rezam as crónicas da altura que «até final muitas mais oportunidades aconteceram para ambos os lados, impedindo os espectadores de irem mais cedo para casa. Mas o 7-3 manteve-se, honrando vencedores e vencidos».


Anos mais tarde outra lenda do futebol mundial, de seu nome Bobby Charlton, resumiria assim o épico desafio: «O meu primeiro pensamento foi que este jogo era uma mentira, um filme, porque estes jogadores fizeram coisas que não são possíveis, não são reais, não são humanos!».

2 comentários:

JS_81 disse...

Interessante. Era bonito que porto e benfica/Braga também entrassem para a historia mundial

Joao Costa disse...

Puskas.. que senhor! Pena nao ter o reconhecimento devido