Apesar de ter nascido do outro lado do Atlântico, no Rio de Janeiro a 9 de Janeiro de 1917, Otto Martins Glória tornou-se lenda em terras lusitanas, onde graças à sua invulgar capacidade de conduzir artistas da bola tornou-se no treinador mais vitorioso da História do futebol português.
O seu percurso no futebol foi iniciado na qualidade de jogador, tenho actuado em clubes da sua cidade natal, nomedamente o Vasco da Gama, Botafogo e Olaria. Contava apenas com 25 anos quando pendurou as chuteiras e iniciou uma fantástica carreira de treinador, tendo-lhe sido confiadas na altura as equipas de futebol juvenil do Vasco da Gama. Posteriormente passou a adjunto do técnico Flávio Costa na equipa principal, não tardando muito a assumir ele o comando técnico dos vascaínos. O seu talento chegou aos ouvidos dos dirigentes do futebol português, tenho o presidente do Benfica daquela época feito uma aliciante proposta ao jovem técnico para vir para Portugal orientar os encarnados.
Chegar, ver e... vencer
Chegou a Lisboa no dia 24 de Junho de 1954, e desde logo impôs uma profunda remodelação no futebol do Benfica. Com uma forte personalidade e muito saber Otto faria a dobradinha (campeonato e taça) logo na sua primeira temporada (54/55) em terras lusas. Ficaria na Luz nas quatro temporadas seguintes, tendo conquistado mais um campeonato nacional (em 56/57), e mais duas Taças de Portugal (56/57 e 58/59).
Deixou o Benfica nas vésperas do clube partir para as conquistas das suas duas Taças dos Campeões Europeus, entregando o comando da equipa a Bela Guttman. Apesar das vitórias europeias dos encarnados terem sido alcançadas pelo treinador húngaro muito do trabalho base iniciado é obra de Otto Glória. Viajou depois até ao Restelo, para orientar o Belenenses, onde esteve duas temporadas, tendo logo na primeira (59/60) dado ao emblema da Cruz de Cristo a Taça de Portugal. Seguiu-se novo clube da capital, desta feita o Sporting, onde ficaria durante uma época e... alguns dias, pois sairia no início da temporada 61/62 devido a desentendimentos de nível directivo.
Depois de Lisboa Otto rumaria ao Porto para treinar o clube mais emblemático desta cidade, o FC Porto. Não seria muito feliz nos dois anos em que esteve na Invicta, tendo por duas vezes ficado à porta do título nacional (dois 2ºs lugares) e perdido a final da Taça de Portugal de 63/64.
Voltaria ao Sporting, em 65/66, para ao serviço dos leões conquistar mais um título de campeão nacional. Mas como se costuma dizer: não há amor como o primeiro, e Otto voltaria na época seguinte ao Benfica, tendo nas três épocas em que lá ficou vencido por mais duas vezes o campeonato nacional e também por duas vezes a Taça de Portugal. No total foram cinco campeonatos nacionais e seis Taças de Portugal. Notável...
O comandante dos Magriços no Mundial de 1966
Os bons desempenhos de Otto Glória ao serviço dos quatro maiores (na altura) clubes portugueses não passaram despercebidos à Federação Portuguesa de Futebol, que em 1966 o chamaria para treinar a selecção nacional (o seleccionador português era Manuel da Luz Afonso, sendo que Otto era, por assim, dizer o treinador de campo) que nesse ano disputou o Mundial de Futebol, que decorreu em Inglaterra. O resto é história, como toda a gente sabe, e que bela história!
Portugal escreveria neste Mundial a página mais bonita da sua história, classificando-se num até hoje inigualável 3º lugar fruto da magia de Eusébio, Coluna, Simões, Jaime Graça, Torres, Hilário, Vicente, José Pereira, José Augusto, e claro... Otto Glória. Neste Mundial ele tornou-se no primeiro brasileiro a derrotar a selecção canarinha na fase final de uma competição deste gabarito!
Este brilharete no Mundial de 1966 abriu as portas do futebol europeu a Otto, que treinaria o Atlético de Madrid entre 1966 e 1968, antes tivera uma passagem fugaz, em 1962, pelo Marselha, período suficiente para levar este clube da 2ª para 1 ª divisão gaulesa. Em 1968, de regresso a Portugal, esteve perto da glória europeia, atingindo a final da Taça dos Campeões Europeus ao serviço do Benfica, que em Wembley seria derrotado por 1-4 pelo Manchester United de Charlton, Law e Best.
Depois de Portugal Otto treinaria no México (no CF Monterrey), a selecção da Nigéria, a qual guiou à conquista da Taça das Nações Africanas de 1980, e terminaria a carreira no seu país natal, tendo aí orientado a Portuguesa (onde se sagrou campeão paulista em 1973), o Santos, e o Vasco da Gama, tendo-se retirado em 1983 ao serviço deste clube.
Homem de diálogo fácil, algumas das frases mais bombásticas que fizeram história no futebol português são da sua autoria, como por exemplo: «Em Portugal, quando se perde o treinador é chamado de "Besta". Quando vence, de "Bestial"». Morreria a 2 de Setembro de 1986, no Rio de Janeiro, um dos mais brilhantes treinadores da história do futebol português.
O seu percurso no futebol foi iniciado na qualidade de jogador, tenho actuado em clubes da sua cidade natal, nomedamente o Vasco da Gama, Botafogo e Olaria. Contava apenas com 25 anos quando pendurou as chuteiras e iniciou uma fantástica carreira de treinador, tendo-lhe sido confiadas na altura as equipas de futebol juvenil do Vasco da Gama. Posteriormente passou a adjunto do técnico Flávio Costa na equipa principal, não tardando muito a assumir ele o comando técnico dos vascaínos. O seu talento chegou aos ouvidos dos dirigentes do futebol português, tenho o presidente do Benfica daquela época feito uma aliciante proposta ao jovem técnico para vir para Portugal orientar os encarnados.
Chegar, ver e... vencer
Chegou a Lisboa no dia 24 de Junho de 1954, e desde logo impôs uma profunda remodelação no futebol do Benfica. Com uma forte personalidade e muito saber Otto faria a dobradinha (campeonato e taça) logo na sua primeira temporada (54/55) em terras lusas. Ficaria na Luz nas quatro temporadas seguintes, tendo conquistado mais um campeonato nacional (em 56/57), e mais duas Taças de Portugal (56/57 e 58/59).
Deixou o Benfica nas vésperas do clube partir para as conquistas das suas duas Taças dos Campeões Europeus, entregando o comando da equipa a Bela Guttman. Apesar das vitórias europeias dos encarnados terem sido alcançadas pelo treinador húngaro muito do trabalho base iniciado é obra de Otto Glória. Viajou depois até ao Restelo, para orientar o Belenenses, onde esteve duas temporadas, tendo logo na primeira (59/60) dado ao emblema da Cruz de Cristo a Taça de Portugal. Seguiu-se novo clube da capital, desta feita o Sporting, onde ficaria durante uma época e... alguns dias, pois sairia no início da temporada 61/62 devido a desentendimentos de nível directivo.
Depois de Lisboa Otto rumaria ao Porto para treinar o clube mais emblemático desta cidade, o FC Porto. Não seria muito feliz nos dois anos em que esteve na Invicta, tendo por duas vezes ficado à porta do título nacional (dois 2ºs lugares) e perdido a final da Taça de Portugal de 63/64.
Voltaria ao Sporting, em 65/66, para ao serviço dos leões conquistar mais um título de campeão nacional. Mas como se costuma dizer: não há amor como o primeiro, e Otto voltaria na época seguinte ao Benfica, tendo nas três épocas em que lá ficou vencido por mais duas vezes o campeonato nacional e também por duas vezes a Taça de Portugal. No total foram cinco campeonatos nacionais e seis Taças de Portugal. Notável...
O comandante dos Magriços no Mundial de 1966
Os bons desempenhos de Otto Glória ao serviço dos quatro maiores (na altura) clubes portugueses não passaram despercebidos à Federação Portuguesa de Futebol, que em 1966 o chamaria para treinar a selecção nacional (o seleccionador português era Manuel da Luz Afonso, sendo que Otto era, por assim, dizer o treinador de campo) que nesse ano disputou o Mundial de Futebol, que decorreu em Inglaterra. O resto é história, como toda a gente sabe, e que bela história!
Portugal escreveria neste Mundial a página mais bonita da sua história, classificando-se num até hoje inigualável 3º lugar fruto da magia de Eusébio, Coluna, Simões, Jaime Graça, Torres, Hilário, Vicente, José Pereira, José Augusto, e claro... Otto Glória. Neste Mundial ele tornou-se no primeiro brasileiro a derrotar a selecção canarinha na fase final de uma competição deste gabarito!
Este brilharete no Mundial de 1966 abriu as portas do futebol europeu a Otto, que treinaria o Atlético de Madrid entre 1966 e 1968, antes tivera uma passagem fugaz, em 1962, pelo Marselha, período suficiente para levar este clube da 2ª para 1 ª divisão gaulesa. Em 1968, de regresso a Portugal, esteve perto da glória europeia, atingindo a final da Taça dos Campeões Europeus ao serviço do Benfica, que em Wembley seria derrotado por 1-4 pelo Manchester United de Charlton, Law e Best.
Depois de Portugal Otto treinaria no México (no CF Monterrey), a selecção da Nigéria, a qual guiou à conquista da Taça das Nações Africanas de 1980, e terminaria a carreira no seu país natal, tendo aí orientado a Portuguesa (onde se sagrou campeão paulista em 1973), o Santos, e o Vasco da Gama, tendo-se retirado em 1983 ao serviço deste clube.
Homem de diálogo fácil, algumas das frases mais bombásticas que fizeram história no futebol português são da sua autoria, como por exemplo: «Em Portugal, quando se perde o treinador é chamado de "Besta". Quando vence, de "Bestial"». Morreria a 2 de Setembro de 1986, no Rio de Janeiro, um dos mais brilhantes treinadores da história do futebol português.
3 comentários:
gosto mesmo desta rubrica! ehe, aqui pelo menos vou aprendendo!
O meu pai fala-me maravilhas deste grande senhor. Foi um inovador no futebol europeu
grande Otto, um senhor
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