O que José Mourinho, André Villas Boas, Artur Jorge ou Manuel José têm em comum? Todos têm no seu currículo a conquista de pelo menos uma prova internacional de clubes. Eles podem ser os mais conhecidos e conceituados “misters” portugueses a erguer uma Taça/Liga dos Campeões Europeus, uma Taça UEFA/Liga Europa, ou uma Liga dos Campeões Africanos mas não foram digamos que os iniciadores da triunfal marcha lusitana além fronteiras. Esse feito pertence a um homem que jamais aceitou viver às custas do futebol, pela simples razão de que o seu amor puro e desinteressado pela modalidade falou sempre mais alto.
Amor pela modalidade e pelo Sporting, o clube que ajudou a escrever uma das páginas mais reluzentes da sua gloriosa história. Sem mais demoras apresentamos Anselmo Fernandez, o arquitecto, o homem que conduziu o Sporting à conquista da Taça dos Vencedores das Taças em 1964, e o primeiro treinador português a vencer uma prova europeia.
Nasceu em Lisboa a 21 de Agosto de 1918 e desde cedo se deixou enfeitiçar pelo bichinho da bola. Aos 16 anos iniciou a sua curta carreira de futebolista no emblema da sua paixão, o Sporting. E curta porque uma apendicite o afastaria da carreira de futebolista. Desistiu do futebol mas não do desporto, enquanto praticante, sendo que tempos mais tarde iniciaria uma aventura no râguebi. Numa altura em que o profissionalismo no desporto estava ainda a léguas de ver a luz do dia Anselmo Fernandez nunca perdeu os estudos de vista, pelo que na hora de eleger uma profissão optou pela arquitectura.
Uma área onde foi mestre, não só nos edifícios que criou – entre outros foi responsável pela construção do Hotel Tivoli, e da Reitoria da Universidade, ambos em Lisboa, e com Sá da Costa foi também um dos mentores do projecto do antigo Estádio José de Alvalade – mas também nos projectos tácticos que haveria de desenhar de leão ao peito na década de 60.
Possuidor de um estilo de treino muito particular – entre outros aspectos foi o primeiro treinador português a recorrer ao vídeo para analisar os adversários – Anselmo Fernandez é chamado em 1962 a substituir o mítico treinador húngaro Joseph Szabo no comando do seu Sporting. Faria cinco jogos, e nos cinco obteve outras tantas vitórias. Posteriormente diria não a uma possível permanência no banco leonino, não só porque não queria dinheiro do futebol, e muito menos do seu amado Sporting, mas também porque «seria um louco se deixasse a arquitectura pelo futebol», confidenciava desta forma à imprensa da época Anselmo Fernandez.
Posto isto um interregno de dois anos surgiu no caminho do arquitecto no que concerne ao trabalho directo com o futebol. Regressaria ao Sporting na temporada de 1963/64, desta feita para substituir o brasileiro Gentil Cardoso, uma troca que não poderia ter um final mais feliz. Gentil Cardoso saíra do clube pela porta pequena após ter sido goleado em Manchester por 4-1 pelo United local num encontro a contar para a 1ª mão dos quartos-de-final da Taça dos Vencedores da Taças (TVT), na altura já a segunda prova europeia mais importante ao nível de clubes da UEFA.
Para muitos a eliminatória perante os “red devils” estava perdida, não só devido à pesada derrota em Old Trafford mas sobretudo porque do outro lado da barricada actuavam alguns dos melhores jogadores do Mundo da altura, como Bobby Charlton, Denis Law, ou George Best treinados por outra lenda da táctica da altura, Matt Busby. Missão impossível para muitos mas não para o arquitecto. Foi então que em Alvalade – na 2ª mão – o futebol português viveu uma das noites mais felizes e épicas da sua longa e gloriosa história, muito à custa de um demolidor Sporting e em particular do homem que comandava os seus destinos desde então: o “arquitecto”. 5-0, a eliminatória estava virada e os verde-e-brancos alcançavam as meias-finais da prova europeia.
Mas a viagem de sonho não iria ficar-se por ali, muito longe disso. Antuérpia, bela cidade belga, seria o porto de destino – final – da nau leonina. Localidade onde foi realizada a finalíssima da TVT dessa temporada na sequência de um empate a três golos na final de Bruxelas. Em Antuérpia Morais deu aso ao sonho de trazer para Portugal a primeira e única TVT. E tudo aconteceu graças a um golo de canto directo... o cantinho do Morais como ficou eternizado. O Sporting vencia assim o seu único – até à data – troféu internacional. Um vitória arquitectada por Anselmo Fernandez, um homem que durante essa gloriosa campanha europeia não quis receber um único tostão que fosse do clube. Fez tudo por amor... amor ao futebol e ao Sporting.
Cumprida que estava a missão deixou mais uma vez, desta vez para sempre,o banco leonino regressando à sua arquitectura. Morreu a 19 de Janeiro de 2000, em Madrid.
Amor pela modalidade e pelo Sporting, o clube que ajudou a escrever uma das páginas mais reluzentes da sua gloriosa história. Sem mais demoras apresentamos Anselmo Fernandez, o arquitecto, o homem que conduziu o Sporting à conquista da Taça dos Vencedores das Taças em 1964, e o primeiro treinador português a vencer uma prova europeia.
Nasceu em Lisboa a 21 de Agosto de 1918 e desde cedo se deixou enfeitiçar pelo bichinho da bola. Aos 16 anos iniciou a sua curta carreira de futebolista no emblema da sua paixão, o Sporting. E curta porque uma apendicite o afastaria da carreira de futebolista. Desistiu do futebol mas não do desporto, enquanto praticante, sendo que tempos mais tarde iniciaria uma aventura no râguebi. Numa altura em que o profissionalismo no desporto estava ainda a léguas de ver a luz do dia Anselmo Fernandez nunca perdeu os estudos de vista, pelo que na hora de eleger uma profissão optou pela arquitectura.
Uma área onde foi mestre, não só nos edifícios que criou – entre outros foi responsável pela construção do Hotel Tivoli, e da Reitoria da Universidade, ambos em Lisboa, e com Sá da Costa foi também um dos mentores do projecto do antigo Estádio José de Alvalade – mas também nos projectos tácticos que haveria de desenhar de leão ao peito na década de 60.
Possuidor de um estilo de treino muito particular – entre outros aspectos foi o primeiro treinador português a recorrer ao vídeo para analisar os adversários – Anselmo Fernandez é chamado em 1962 a substituir o mítico treinador húngaro Joseph Szabo no comando do seu Sporting. Faria cinco jogos, e nos cinco obteve outras tantas vitórias. Posteriormente diria não a uma possível permanência no banco leonino, não só porque não queria dinheiro do futebol, e muito menos do seu amado Sporting, mas também porque «seria um louco se deixasse a arquitectura pelo futebol», confidenciava desta forma à imprensa da época Anselmo Fernandez.
Posto isto um interregno de dois anos surgiu no caminho do arquitecto no que concerne ao trabalho directo com o futebol. Regressaria ao Sporting na temporada de 1963/64, desta feita para substituir o brasileiro Gentil Cardoso, uma troca que não poderia ter um final mais feliz. Gentil Cardoso saíra do clube pela porta pequena após ter sido goleado em Manchester por 4-1 pelo United local num encontro a contar para a 1ª mão dos quartos-de-final da Taça dos Vencedores da Taças (TVT), na altura já a segunda prova europeia mais importante ao nível de clubes da UEFA.
Para muitos a eliminatória perante os “red devils” estava perdida, não só devido à pesada derrota em Old Trafford mas sobretudo porque do outro lado da barricada actuavam alguns dos melhores jogadores do Mundo da altura, como Bobby Charlton, Denis Law, ou George Best treinados por outra lenda da táctica da altura, Matt Busby. Missão impossível para muitos mas não para o arquitecto. Foi então que em Alvalade – na 2ª mão – o futebol português viveu uma das noites mais felizes e épicas da sua longa e gloriosa história, muito à custa de um demolidor Sporting e em particular do homem que comandava os seus destinos desde então: o “arquitecto”. 5-0, a eliminatória estava virada e os verde-e-brancos alcançavam as meias-finais da prova europeia.
Mas a viagem de sonho não iria ficar-se por ali, muito longe disso. Antuérpia, bela cidade belga, seria o porto de destino – final – da nau leonina. Localidade onde foi realizada a finalíssima da TVT dessa temporada na sequência de um empate a três golos na final de Bruxelas. Em Antuérpia Morais deu aso ao sonho de trazer para Portugal a primeira e única TVT. E tudo aconteceu graças a um golo de canto directo... o cantinho do Morais como ficou eternizado. O Sporting vencia assim o seu único – até à data – troféu internacional. Um vitória arquitectada por Anselmo Fernandez, um homem que durante essa gloriosa campanha europeia não quis receber um único tostão que fosse do clube. Fez tudo por amor... amor ao futebol e ao Sporting.
Cumprida que estava a missão deixou mais uma vez, desta vez para sempre,o banco leonino regressando à sua arquitectura. Morreu a 19 de Janeiro de 2000, em Madrid.
1 comentário:
UM SENHOR!!!!!!!!
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