No Verão, já se sabe, haverá banquete de bola. E a Portugal, que tem vindo a perder qualidade nos seus ingredientes, calhou o menú mais requintado na ementa do EURO polaco-ucraniano. Já muito se disse e escreveu entre as doutrinas de uma tarefa extraordinariamente difícil e a costumeira capacidade de auto-superação da nossa Selecção em fases finais de grandes competições: é um facto que estamos no grupo mais competitivo (no papel), assim como é indesmentível o historial positivo de Portugal na alta roda do futebol mundial, mormente desde o EURO 2000.
Lembremo-nos especificamente deste Europeu, no qual nos esperava um grupo composto pela mesma Alemanha, pela Inglaterra e pela Roménia (na altura ainda comandada por Hagi). Perante um grau de dificuldade em tudo semelhante ao de agora, Portugal terminou o grupo em primeiro lugar, e com três vitórias. Isto mostra-nos a todos – e a Paulo Bento, que naquela altura era dono do meio-campo português – que a missão não é impossível, saiba a equipa superar algumas evidências.
Começando pelos adversários, eles serão (ao que tudo indica) mais fortes do que há onze anos: o nome é a única semelhança entre as duas Alemanhas, sendo que a uma geração em fim de linha corresponde actualmente um conjunto cujo excelente processo de renovação o transforma provavelmente na selecção mais sólida da actualidade, mesclando o futebol de fino recorte de Özil e Müller com o habitual pulmão e capacidade física da Mannschaft. A Dinamarca, afastado o síndrome de nos ter vencido o grupo de qualificação, representa o desafio que um Portugal ao seu melhor nível pode encarar com maior confiança. A Holanda – actual vice-campeã do Mundo – tem um histórico negativo contra a turma das Quinas, mas dificilmente a encontrámos tão mecanizada e com uma melhor interpretação do seu princípio de “futebol total”: a campanha na África do Sul e os 3,7 golos de média por jogo durante a última fase de qualificação suportam essa teoria.
Depois…há Portugal. O ‘busílis’ da questão estará na capacidade do conjunto orientado por Paulo Bento, um seleccionador que conta com o grupo de jogadores mais fraco que o nosso futebol teve à sua disposição nos últimos 12 anos. Por comparação com o último Europeu, é difícil encontrar quem tenha chegado para fazer a diferença, à excepção de Fábio Coentrão, que vai perdendo no Real Madrid as rotinas de um grande lateral-esquerdo. Ao mesmo tempo, já não cantam o hino Deco, Simão, Tiago e Miguel, para além dos célebres ‘espectadores’ Ricardo Carvalho e Bosingwa. São demasiadas baixas num conjunto que mantém um onze ao nível dos melhores, mas cujo ‘banco’ tem pouco futebol nos pés.
Deixem-nos sonhar com Cristiano Ronaldo, Nani, Pepe e Rui Patrício em grande forma na chegada à Ucrânia: está aqui a diferença entre um Europeu para recordar ou um desaire em toda a linha.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
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2 comentários:
Nem um jogo ganhamos, para amostra...
Infelizmente temos um grupo muito mas mesmo muito dificil. Acho que até podemos passar em segundo, mas é preciso o onze base estar numa grande forma. sobretudo precisamos é de uma referência na área. É pena o Nelson Oliveira jogar pouco, pois tinha condições, de caras para ser o titular indiscutivel da equipa. E aí sim, seriamso poderosissimos.
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