A pouco menos de um mês do início do campeonato, os clubes nacionais continuam a preparação das suas equipas, com vista à realização de uma época 2008-09 positiva. Pode dizer-se que ainda há tempo mais que suficiente para tomar as decisões pendentes e clarificar as dúvidas que ainda subsistem acerca da constituição dos plantéis. Não deixa, no entanto, de causar uma certa estranheza o substancial atraso do Benfica, principalmente quando comparado com os principais rivais FC Porto e Sporting. O facto de o clube encarnado ter contratado um novo treinador, o espanhol Quique Flores, e entrar num novo ciclo (como diria Luís Filipe Vieira), pode justificar, em parte, esse atraso, mas a ideia que transparece é que as indefinições são exageradas para esta altura. Será que a pré-época benfiquista está a ser bem conduzida?
Desde logo, sabe-se que, não obstante a mudança de treinador, o Benfica foi o último dos três grandes a iniciar os trabalhos, bem como aquele que mais férias concedeu aos seus internacionais. O primeiro jogo de preparação, com o Estoril, devido à utilização de um número anormal de júniores, não serviu para quase nada. No recente Torneio do Guadiana, as experiências foram imensas e fazer um esboço definitivo do plantel neste momento é uma tarefa bastante ingrata. Ao invés de estar a afinar a 'máquina', a conceber um modelo, testar sistemas e experimentar estratégias, Quique Flores está ainda na fase de conhecer os jogadores e decidir entradas e saídas. Repito que essa é uma situação compreensível pelo facto de ele ainda agora ter chegado, mas não seria suposto que já houvesse menos confusão?
Algumas contratações já foram feitas, algumas dispensas efectuadas, mas a verdade é que o elenco benfiquista continua extremamente 'gordo' e é certo que ainda entrarão mais 2 ou 3 novos elementos. É sabido que Quique é adepto do 4-4-2 clássico e que quer contar com cerca de 25 jogadores. Assim, julgo que, em nome do equilíbrio e existência de soluções, dois elementos para cada posição são o mais aconselhável, à excepção do guarda-redes e dos médios-centro (para poder ter sistemas alternativos) que devem ter três. Olhando para o panorama actual, há situações que não serão pacíficas mas que urge solucionar.
Para guarda-redes, Quim e Moreira são as opções naturais. Falou-se recorrentemente do interesse no espanhol Codina. Contudo, Moretto juntou-se agora aos trabalhos, pelo que a contratação de Codina e respectivo custo associado me parecem escusados.
No sector defensivo, faltam ainda aclarar algumas situações, pois continua a existir gente a mais. Sepsi e Zoro acabam de ser dispensados, sendo que no caso do romeno não concordo - teria valor suficiente para ficar, o que dispensava a contratação de Jorge Ribeiro, um jogador que não me agrada particularmente. Dos que ainda estão na Luz, talvez seja correcto dispensar Luís Filipe e Edcarlos, ficando a defesa formada por oito homens: Nélson, Maxi Pereira, Luisão, David Luíz, Sidnei (5 milhões de euros por metade do seu passe foi um exagero), Miguel Vítor, Léo e Jorge Ribeiro. De qualquer forma, não estou certo que este sector tenha a categoria exigida por um clube que quer lutar por títulos.
No meio-campo, mais indefinições. Se o sistema escolhido for o 4-4-2 clássico, então há escassez de flanqueadores, para já apenas Balboa e Di Maria, com a agravante de o argentino estar ao serviço da sua selecção. Daí ter achado um erro emprestar, simultaneamente, Freddy Adu e Fábio Coentrão. É uma prioridade contratar pelo menos um ala (Mark González tem sido ventilado como hipótese). O outro poderá ser Nuno Assis, no caso de Quique achar, tal como eu, que o inteligente e versátil médio português tem condições para ficar. Petit foi negociado com o Colónia a custo zero - decisão discutível - e é menos uma opção para o miolo, que, diga-se, está demasiado preenchido e a pedir outra saída. Katsouranis (se não sair), Carlos Martins e Aimar têm lugar assegurado, mas a tendência é para que tenha de ser dispensado um de entre Binya, Yebda, Rúben Amorim e Fellipe Bastos. Deve considerar-se que, na eventualidade de Katsouranis recuar para central, o meio-campo fica claramente enfraquecido e não sei até que ponto não seria boa política contratar um médio experiente e com provas dadas, ainda mais agora que Petit partiu.
No ataque, falta ainda um reforço, estando Rui Costa a tentar encontrar uma solução, que pode ou não passar pelo espanhol Luís Garcia. Esta procura de mais um avançado faz todo o sentido, dado que Cardozo, Nuno Gomes e Urreta são insuficientes para dotar o conjunto de poder de fogo. Makukula e Mantorras, por diferentes razões, não têm categoria para integrar o plantel e o mais acertado é receberem a guia de marcha. Falta saber se o técnico espanhol é da mesma opinião.
Tenho muitas reservas sobre se o 4-4-2 clássico é o melhor sistema para a matéria-prima existente e se é aquele que potencia as inúmeras qualidades do argentino Aimar. Colocá-lo como médio-centro poderá ser perigoso para a equipa, pois o 'Palhaço' não é reconhecido pela intensidade de jogo ou pelos seus predicados defensivos, sim pela criatividade, talento e capacidade técnica. Colocá-lo como um dos avançados poderá 'retirá-lo' do jogo e aí será mais complicado comandar o futebol ofensivo da equipa. Um 4-4-2 losango talvez fosse o esquema óptimo, mas se as ideias de Quique se mantiverem, o meio-campo em linha será mesmo uma realidade.
Rui Costa e Quique Flores têm ainda um longo caminho a percorrer e o facto é que os adeptos benfiquistas não se mostram, para já, muito optimistas. Algumas opções, tanto entradas como saídas e a sua envolvente financeira, têm sido questionadas e a aparente confusão na definição do plantel tem gerado alguma desconfiança. O futuro irá ditar a sua lei, resultando claro que, para já, qualquer juízo de valor - positivo ou negativo - acerca do trabalho deste duo será prematuro e desajustado.
Desde logo, sabe-se que, não obstante a mudança de treinador, o Benfica foi o último dos três grandes a iniciar os trabalhos, bem como aquele que mais férias concedeu aos seus internacionais. O primeiro jogo de preparação, com o Estoril, devido à utilização de um número anormal de júniores, não serviu para quase nada. No recente Torneio do Guadiana, as experiências foram imensas e fazer um esboço definitivo do plantel neste momento é uma tarefa bastante ingrata. Ao invés de estar a afinar a 'máquina', a conceber um modelo, testar sistemas e experimentar estratégias, Quique Flores está ainda na fase de conhecer os jogadores e decidir entradas e saídas. Repito que essa é uma situação compreensível pelo facto de ele ainda agora ter chegado, mas não seria suposto que já houvesse menos confusão?
Algumas contratações já foram feitas, algumas dispensas efectuadas, mas a verdade é que o elenco benfiquista continua extremamente 'gordo' e é certo que ainda entrarão mais 2 ou 3 novos elementos. É sabido que Quique é adepto do 4-4-2 clássico e que quer contar com cerca de 25 jogadores. Assim, julgo que, em nome do equilíbrio e existência de soluções, dois elementos para cada posição são o mais aconselhável, à excepção do guarda-redes e dos médios-centro (para poder ter sistemas alternativos) que devem ter três. Olhando para o panorama actual, há situações que não serão pacíficas mas que urge solucionar.
Para guarda-redes, Quim e Moreira são as opções naturais. Falou-se recorrentemente do interesse no espanhol Codina. Contudo, Moretto juntou-se agora aos trabalhos, pelo que a contratação de Codina e respectivo custo associado me parecem escusados.
No sector defensivo, faltam ainda aclarar algumas situações, pois continua a existir gente a mais. Sepsi e Zoro acabam de ser dispensados, sendo que no caso do romeno não concordo - teria valor suficiente para ficar, o que dispensava a contratação de Jorge Ribeiro, um jogador que não me agrada particularmente. Dos que ainda estão na Luz, talvez seja correcto dispensar Luís Filipe e Edcarlos, ficando a defesa formada por oito homens: Nélson, Maxi Pereira, Luisão, David Luíz, Sidnei (5 milhões de euros por metade do seu passe foi um exagero), Miguel Vítor, Léo e Jorge Ribeiro. De qualquer forma, não estou certo que este sector tenha a categoria exigida por um clube que quer lutar por títulos.
No meio-campo, mais indefinições. Se o sistema escolhido for o 4-4-2 clássico, então há escassez de flanqueadores, para já apenas Balboa e Di Maria, com a agravante de o argentino estar ao serviço da sua selecção. Daí ter achado um erro emprestar, simultaneamente, Freddy Adu e Fábio Coentrão. É uma prioridade contratar pelo menos um ala (Mark González tem sido ventilado como hipótese). O outro poderá ser Nuno Assis, no caso de Quique achar, tal como eu, que o inteligente e versátil médio português tem condições para ficar. Petit foi negociado com o Colónia a custo zero - decisão discutível - e é menos uma opção para o miolo, que, diga-se, está demasiado preenchido e a pedir outra saída. Katsouranis (se não sair), Carlos Martins e Aimar têm lugar assegurado, mas a tendência é para que tenha de ser dispensado um de entre Binya, Yebda, Rúben Amorim e Fellipe Bastos. Deve considerar-se que, na eventualidade de Katsouranis recuar para central, o meio-campo fica claramente enfraquecido e não sei até que ponto não seria boa política contratar um médio experiente e com provas dadas, ainda mais agora que Petit partiu.
No ataque, falta ainda um reforço, estando Rui Costa a tentar encontrar uma solução, que pode ou não passar pelo espanhol Luís Garcia. Esta procura de mais um avançado faz todo o sentido, dado que Cardozo, Nuno Gomes e Urreta são insuficientes para dotar o conjunto de poder de fogo. Makukula e Mantorras, por diferentes razões, não têm categoria para integrar o plantel e o mais acertado é receberem a guia de marcha. Falta saber se o técnico espanhol é da mesma opinião.
Tenho muitas reservas sobre se o 4-4-2 clássico é o melhor sistema para a matéria-prima existente e se é aquele que potencia as inúmeras qualidades do argentino Aimar. Colocá-lo como médio-centro poderá ser perigoso para a equipa, pois o 'Palhaço' não é reconhecido pela intensidade de jogo ou pelos seus predicados defensivos, sim pela criatividade, talento e capacidade técnica. Colocá-lo como um dos avançados poderá 'retirá-lo' do jogo e aí será mais complicado comandar o futebol ofensivo da equipa. Um 4-4-2 losango talvez fosse o esquema óptimo, mas se as ideias de Quique se mantiverem, o meio-campo em linha será mesmo uma realidade.
Rui Costa e Quique Flores têm ainda um longo caminho a percorrer e o facto é que os adeptos benfiquistas não se mostram, para já, muito optimistas. Algumas opções, tanto entradas como saídas e a sua envolvente financeira, têm sido questionadas e a aparente confusão na definição do plantel tem gerado alguma desconfiança. O futuro irá ditar a sua lei, resultando claro que, para já, qualquer juízo de valor - positivo ou negativo - acerca do trabalho deste duo será prematuro e desajustado.