Nas duas penúltimas jornadas, a equipa da Luz conseguiu alcançar duas vitórias preciosas e marcadas pelo grande número de golos facturados. Este facto, aliado a uma considerável melhoria da qualidade exibicional do conjunto vermelho e branco, veio contrastar com as pobres exibições anteriores onde, segundo Quique, os jogadores não seguiam os seus “planos”. Este contraste gera, contudo, alguma curiosidade: O que terá mudado para que o Benfica se tornasse, no espaço de sensivelmente duas jornadas, numa equipa mais competente? Quais os factores responsáveis pelo facto da equipa se ter revelado mais consistente ao nível do meio campo, conseguindo manter a posse da bola com mais facilidade, construir progressões mais organizadas e ataques mais eficazes? Como se tornou a frente de ataque mais dinâmica e móvel?
As alterações verificadas, por incrível que pareça, não têm uma origem estrutural! As modificações executadas por Quique incidem sobretudo na alteração das presenças no onze inicial. Note-se que até ao encontro com a Académica o meio campo benfiquista era, regra geral, ocupado por Katsouranis e Yebda no centro e, Reyes e Rúben Amorim nas alas. Ora, este meio campo, caracterizado por uma postura mais defensiva e menos criativa, acabava por comprometer a capacidade da equipa “segurar”e distribuir a bola na zona do meio campo e obrigá-la a apostar no passe longo e aéreo (em profundidade) para o último terço do campo, acção facilmente travada pelos seus adversários (devido à previsibilidade da jogada e à falta de precisão do passe). Embora os atletas acima referidos tenham qualidade, a forma como se encontravam incluídos na estratégia do treinador, que visava uma equipa mais ofensiva e pressionante, não permitia o sucesso da formação.
Por esse motivo, surgiram as modificações que se verificaram ao nível do meio campo no encontro com a Académica de Coimbra e que se mantiveram até agora. A primeira mudança positiva foi a “transferência” da ala para o centro de Rúben Amorim e o seu acompanhamento por parte de Carlos Martins. Estes jogadores, dotados de uma boa visão de jogo, capacidade de passe e remate, distribuição de jogo e até criatividade, são fundamentais para que o colectivo realize transições mais organizadas e eficazes, minimizando perdas de bola precoces e permitindo uma gestão mais fácil da posse de bola. A sua entrada para o onze inicial enriqueceu o futebol dos encarnados, tornando-o mais imprevisível! Note-se também que Carlos Martins é um jogador extremamente presente em campo, com uma grande capacidade organizacional e de liderança. Por este motivo, ele tem sido uma pedra basilar na zona intermédia do relvado, tendo inclusivamente contribuído para a dinamização e reestruturação do sector ofensivo. Outra mudança importante foi a descida de Aimar para a ala esquerda. Se por um lado, o corredor lateral é uma zona privilegiada para a actuação do argentino pelo espaço que fornece e pela possibilidade de tornar o jogo mais rápido; por outro, o facto deste jogar numa zona do campo mais recuada e com a lateralidade “trocada” (ou seja, é destro e ocupa a ala esquerda) permite-lhe melhorar a sua visão e distribuição de jogo, para além de apoiar facilmente o ataque através de flexões ala-centro que visam ocupar o espaço entre linhas e o centro da área. Estas modificações reflectem-se na frente onde Nuno Gomes faz parceria com Cardozo. O apoio do sector intermédio associado à mobilidade e inteligência posicional de Nuno Gomes e à altura e potência de Cardozo, possibilita a elevação das qualidades dos avançados a expoentes que eram até há pouco tempo incógnitos.É claro que este modelo de jogo se revela bastante ofensivo e que, de certa forma, exige que os médios sejam capazes de segurar a bola e pressionar o adversário, mantendo-o o mais afastado possível da área.
Contudo, isso nem sempre se verifica. Aliás, uma das grandes lacunas do Benfica, evidenciada ontem no encontro frente ao Nacional da Madeira, é a incapacidade de realizar correctamente o “pressing” apoiado e de recuperar rapidamente aquando a perda da posse de bola (para além da lentidão na circulação da mesma). Estes defeitos associados à necessidade de abandonar temporariamente o esquema da jornada anterior tornaram a equipa, durante a primeira parte, menos organizada na zona central e retiraram profundidade e apoio ao ataque.
Já no segundo tempo, a inclusão de Di Maria e saída de Katsouranis vieram empurrar a equipa mais para a frente (em busca da vitória que manteria acesa a ténue esperança do título). Esse balanço ofensivo foi responsável por aumentar o fosso entre o meio campo e a defesa, deixando esta última descompensada e mais vulnerável. A falta de pressão, a lentidão a recuperar e a dificuldade em organizar rapidamente a defesa perante o contra-ataque adversário permitiram ao avançados do Nacional encontrar os espaços necessários para facturarem e consolidarem o quarto lugar.
Daqui se depreende que, por muito boa que seja a performance ofensiva de uma equipa, se esta não defende de forma coerente e coesa, arrisca-se a acumular resultados indesejáveis. O Benfica deu, nas últimas jornadas, um passo fundamental na melhoria da qualidade das suas exibições. E isso, ninguém pode negar. Porém, está longe da perfeição e, uma equipa que ambiciona o título e a Europa, não pode esperar os desejados resultados sem afinar os seus principais sectores. Deixo, de resto, a Quique Flores e a todo o plantel do Clube da Luz, o desejo de que continuem a trabalhar no sentido de apresentarem, no próximo ou no ano seguinte, uma equipa talhada para alcançar os feitos que todos os anos lhes são previstos.
As alterações verificadas, por incrível que pareça, não têm uma origem estrutural! As modificações executadas por Quique incidem sobretudo na alteração das presenças no onze inicial. Note-se que até ao encontro com a Académica o meio campo benfiquista era, regra geral, ocupado por Katsouranis e Yebda no centro e, Reyes e Rúben Amorim nas alas. Ora, este meio campo, caracterizado por uma postura mais defensiva e menos criativa, acabava por comprometer a capacidade da equipa “segurar”e distribuir a bola na zona do meio campo e obrigá-la a apostar no passe longo e aéreo (em profundidade) para o último terço do campo, acção facilmente travada pelos seus adversários (devido à previsibilidade da jogada e à falta de precisão do passe). Embora os atletas acima referidos tenham qualidade, a forma como se encontravam incluídos na estratégia do treinador, que visava uma equipa mais ofensiva e pressionante, não permitia o sucesso da formação.
Por esse motivo, surgiram as modificações que se verificaram ao nível do meio campo no encontro com a Académica de Coimbra e que se mantiveram até agora. A primeira mudança positiva foi a “transferência” da ala para o centro de Rúben Amorim e o seu acompanhamento por parte de Carlos Martins. Estes jogadores, dotados de uma boa visão de jogo, capacidade de passe e remate, distribuição de jogo e até criatividade, são fundamentais para que o colectivo realize transições mais organizadas e eficazes, minimizando perdas de bola precoces e permitindo uma gestão mais fácil da posse de bola. A sua entrada para o onze inicial enriqueceu o futebol dos encarnados, tornando-o mais imprevisível! Note-se também que Carlos Martins é um jogador extremamente presente em campo, com uma grande capacidade organizacional e de liderança. Por este motivo, ele tem sido uma pedra basilar na zona intermédia do relvado, tendo inclusivamente contribuído para a dinamização e reestruturação do sector ofensivo. Outra mudança importante foi a descida de Aimar para a ala esquerda. Se por um lado, o corredor lateral é uma zona privilegiada para a actuação do argentino pelo espaço que fornece e pela possibilidade de tornar o jogo mais rápido; por outro, o facto deste jogar numa zona do campo mais recuada e com a lateralidade “trocada” (ou seja, é destro e ocupa a ala esquerda) permite-lhe melhorar a sua visão e distribuição de jogo, para além de apoiar facilmente o ataque através de flexões ala-centro que visam ocupar o espaço entre linhas e o centro da área. Estas modificações reflectem-se na frente onde Nuno Gomes faz parceria com Cardozo. O apoio do sector intermédio associado à mobilidade e inteligência posicional de Nuno Gomes e à altura e potência de Cardozo, possibilita a elevação das qualidades dos avançados a expoentes que eram até há pouco tempo incógnitos.É claro que este modelo de jogo se revela bastante ofensivo e que, de certa forma, exige que os médios sejam capazes de segurar a bola e pressionar o adversário, mantendo-o o mais afastado possível da área.
Contudo, isso nem sempre se verifica. Aliás, uma das grandes lacunas do Benfica, evidenciada ontem no encontro frente ao Nacional da Madeira, é a incapacidade de realizar correctamente o “pressing” apoiado e de recuperar rapidamente aquando a perda da posse de bola (para além da lentidão na circulação da mesma). Estes defeitos associados à necessidade de abandonar temporariamente o esquema da jornada anterior tornaram a equipa, durante a primeira parte, menos organizada na zona central e retiraram profundidade e apoio ao ataque.
Já no segundo tempo, a inclusão de Di Maria e saída de Katsouranis vieram empurrar a equipa mais para a frente (em busca da vitória que manteria acesa a ténue esperança do título). Esse balanço ofensivo foi responsável por aumentar o fosso entre o meio campo e a defesa, deixando esta última descompensada e mais vulnerável. A falta de pressão, a lentidão a recuperar e a dificuldade em organizar rapidamente a defesa perante o contra-ataque adversário permitiram ao avançados do Nacional encontrar os espaços necessários para facturarem e consolidarem o quarto lugar.
Daqui se depreende que, por muito boa que seja a performance ofensiva de uma equipa, se esta não defende de forma coerente e coesa, arrisca-se a acumular resultados indesejáveis. O Benfica deu, nas últimas jornadas, um passo fundamental na melhoria da qualidade das suas exibições. E isso, ninguém pode negar. Porém, está longe da perfeição e, uma equipa que ambiciona o título e a Europa, não pode esperar os desejados resultados sem afinar os seus principais sectores. Deixo, de resto, a Quique Flores e a todo o plantel do Clube da Luz, o desejo de que continuem a trabalhar no sentido de apresentarem, no próximo ou no ano seguinte, uma equipa talhada para alcançar os feitos que todos os anos lhes são previstos.
Sem comentários:
Enviar um comentário