A selecção portuguesa até entrou com o pé direito na partida ao marcar um golo por intermédio de Deco, logo aos 8 minutos quando até então pouco ou nada tinha feito para o merecer. Pensava-se que isso seria garantia de um caminhar para um jogo tranquilo, à semelhança do que sucedeu com a Turquia, mas a República Checa começou a carregar no acelerador e chegou ao empate aos 17 minutos por Sionko. Assim que o conseguiu, voltou a recuar, defendendo atrás da linha do meio-campo e criando novamente muitas dificuldades de penetração a Portugal, enquanto aguardava pacientemente por uma hipótese de contra-ataque, invariavelmente pelos pés de Milan Baros. As coisas pareciam difíceis, sobretudo porque a ‘nossa selecção’ não conseguia impor o ritmo como fez com a Turquia (muito se ficou a dever ao valor do adversário) e até ao intervalo não mais conseguiu situações de grande perigo.
Regresso à melhor forma
Na segunda parte, o jogo começou exactamente da mesma forma, com Portugal a querer vencer e a República Checa a não querer sair derrotada, mas com a equipa portuguesa com uma atitude diferente. Sob a batuta de Deco (que jogo!!!), a selecção foi tomando conta das operações e aproximando-se cada vez mais e com maior perigo à baliza defendida por Petr Cech, que ainda conseguiu adiar o golo a Simão, mas não teve capacidade para suster o remate vitorioso de Cristiano Ronaldo aos 63 minutos, a concluir mais uma bela jogada de Deco. Foi então a altura de os checos arriscarem mais, fazendo entrar o ‘gigante’ Koller (Scolari respondeu com Meira e Hugo Almeida), e a verdade é que Ricardo e a defesa portuguesa ainda sofreram vários calafrios. E foi já com Ricardo Quaresma em campo que Portugal selou a vitória, numa jogada iniciada por… Deco, que cobrou um livre de forma muito rápida à entrada do meio-campo adversário, desmarcou Cristiano Ronaldo que correu isolado para a baliza e quando se colocou cara a cara com Petr Cech fez a assistência para Quaresma se limitar a empurrar a bola para o terceiro golo de Portugal. Era o delírio nas bancadas por parte dos apoiantes portugueses, que contrastava com a tristeza checa, que apesar de tudo, demonstrou muito valor e ser o principal candidato a seguir em frente na prova, além de Portugal.
A avaliação da ‘Futebolista’ (de 1 a 10):
Ricardo (6) – foi chamado muitas mais vezes a intervir do que no jogo com a Turquia e denotou algumas hesitações e falhas aquando da altura das bolas bombeadas para a grande área. Ainda assim, salvou o empate com uma defesa brilhante a cabeceamento de Sionko.
Bosingwa (7) – O cartão amarelo que viu na primeira parte inibiu-o, mas só até Portugal se colocar novamente na frente do marcador. Depois voltou a fazer uso da sua grande arma que é a velocidade e defensivamente também esteve muito concentrado e seguro.
Ricardo Carvalho (7) – Menos em foco do que na primeira partida, mas a denotar bom entendimento com Pepe. Raramente teve falhas, apesar da defesa ter passado por alguns apertos.
Pepe (8) – Mais uma grande exibição. Desta vez não marcou mas na sua principal função, a defender, esteve irrepreensível. De cabeça, em antecipação ou pelo chão, foi praticamente insuperável, chegando mesmo a ser dos jogadores com mais faltas sofridas.
Paulo Ferreira (7) – Não parece saber jogar mal. Voltou a cumprir a missão, e até tentou a sorte por diversas vezes no ataque. Quase que se esquece que é um lateral direito de raiz.
Petit (7) – Mais um jogo de grande entrega, sempre no seu estilo de morder os calcanhares aos adversários. Não dá uma bola por perdida e foi fundamental para a cobertura defensiva na hora de maior sufoco. Fez valer também a experiência em dois momentos em que esteve a receber assistência.
João Moutinho (6) – Muito abaixo do que se lhe viu no jogo contra a Turquia. Talvez por os adversários serem fisicamente bem mais fortes, o médio do Sporting raramente conseguiu fazer valer as suas armas. Esteve pouco em jogo, mas ainda assim também correu muito para tapar a defesa.
Deco (9) – O homem do jogo. Uma exibição de sonho, a fazer relembrar a maior versão do brasileiro naturalizado português. Marcou um golo e esteve nos outros dois. Como se tal não bastasse, teve ainda pormenores técnicos deliciosos, soube gerir o jogo sempre de cabeça levantada e ao intervalo era o homem com mais quilómetros nas pernas. Notável!
Simão (7) – Parece render menos quando fica encostado ao lado direito, mas ainda assim revelou-se bastante importante nos movimentos de ruptura que a selecção nacional conseguiu criar e teve nos pés uma das melhores situações de golo da partida, brilhantemente negada por Petr Cech.
Cristiano Ronaldo (8) – Mais perto do que sabe e pode fazer nesta selecção. Ainda assim, abusou do individualismo na primeira parte e a equipa ressentiu-se disso mesmo. Na segunda parte (o que lhe terá dito Scolari ao intervalo?) transformou-se e além de ter marcado o segundo golo, fez a assistência para Quaresma quando até poderia ter tentado o remate à baliza. A subir de rendimento…
Nuno Gomes (6) – Emparedado entre os centrais da República Checa, poucas foram as vezes em que se deu pela sua presença em campo. Participou na jogada do primeiro golo e pouco mais. Falta-lhe um golo para aumentar os níveis de confiança na hora de rematar à baliza.
Fernando Meira (5) – Entrou na fase de maior sufoco a Portugal e foi precioso na ajuda defensiva, sobretudo para evitar males maiores provenientes de Koller.
Hugo Almeida (5) – Rendeu um Nuno Gomes esgotado, mas também porque a sua altura (1,93 m) era uma mais valia a defender. No entanto, foi na frente que se destacou ao ganhar e a segurar muitas vezes a bola nos despejos de Portugal para o meio-campo checo. A reclamar mais oportunidades.
Quaresma (6) – Uma nota ‘inflacionada’ pelo golo da tranquilidade já que não teve tempo para muito mais.
Ficha do jogo:
Estádio: Stade de Genebra, em Genebra (Suíça).
Árbitro: Kyros Vassaras (GRE). Auxiliares: Dimitris Bozatzidis e Dimitris Saraidaris (ambos da Grécia).
Equipas:
Portugal: Ricardo; Bosingwa, Pepe, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira; João Moutinho (Fernando Meira), Petit, Deco, Cristiano Ronaldo e Simão (Quaresma); Nuno Gomes (Hugo Almeida).
Treinador: Luiz Felipe Scolari
República Checa: Petr Cech; Zdenek Grygera, Ujfalusi, David Rozehnal e Marek Jankulovski; Galasek (Koller), Polak, Jarolim, Sionko e Majetovsky (Vlcek); Baros.
Treinador: Karel Brückner
Golos: Deco (8), Cristiano Ronaldo (63) e Quaresma (90); Sionko (17)
Ao intervalo: 1-1
Cartões amarelos: Polak (Rep. Checa) e Bosingwa (Portugal)
2 comentários:
Portugal jogou super bem e a jogar assim o europeu é nosso.
A UEFA até mete nojo! Elejer o Cristiano Ronaldo como o melhor em campo é mesmo só porque o menino tá na berra. Ou então a nereida já se sentou ao colo do Platini eheheh
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