Mais um jogo referente à qualificação para o Mundial de 2010. Mais um empate por parte da Selecção Nacional, desta feita contra a Selecção Sueca, uma das nossas rivais directas.
A vitória era tida como fundamental, e os jogadores entraram em campo demonstrando estarem preparados para cumprir o objectivo. A equipa iniciou o encontro com um ritmo de jogo elevado, mantendo a posse de bola e conseguindo “empurrar” a equipa sueca para o seu próprio meio campo. A qualidade de passe e a construção de jogo foram dois dos principais pontos fortes da “equipa de todos nós”, aos quais se junta o rigor defensivo mantido durante quase todo o encontro.
O que faltou então para se atingir o objectivo final: a vitória e os 3 pontos?
Faltou confiança e determinação no momento de finalizar! Faltou alguma pontaria! Apesar de Portugal ter sido responsável por criar as situações de maior perigo em todo o encontro, a finalização continuou a ser o nosso “calcanhar de Aquiles”!
Analisando a prestação da “equipa das quinas” contra a Suécia, facilmente concluímos que os jogadores portugueses são grandes criativos e construtores de jogo. Contudo, não faz parte da nossa natureza o instinto finalizador, pelo menos na actualidade! Todos os avançados que têm passado, nos últimos tempos, pela Selecção, têm revelado claras dificuldades em encontrar o “caminho para o golo”. Esta constatação é facilmente suportada pelos recentes empates que Portugal tem registado e pela elevada discrepância entre o número de remates efectuados e o número de golos marcados. Estamos perante uma pequena crise que necessita ser trabalhada e estudada pelos responsáveis da Selecção. Se é verdade que “os jogos se ganham a partir da defesa”, também é verdade que “sem golos não há vitórias” e, daqui até ao final da fase de qualificação, Portugal precisa vencer!
Que soluções se podemos apontar?
Bem, em primeiro lugar penso que é necessário procurar trabalhar situações de finalização simples e aproveitar a elevada capacidade de rematar de longe evidenciada por muitos dos jogadores lusos (até porque a zona da segunda linha é muitas vezes “esquecida” pelas defesas adversárias e a nossa qualidade técnica permite a abertura de espaços nessa zona, mesmo perante equipas muito “fechadas”). A insistência no rigor nos exercícios de finalização, durante as sessões de treino, pode também contribuir para aumentar o nosso poder finalizador (se um atleta não facilitar demasiado quando treina, a tendência será para o mesmo acontecer na competição). Para além disso, o treinador deve procurar trabalhar o psicológico dos avançados, de maneira a que não se sintam diminuídos pelos golos falhados ou até demasiado confiantes. O equilíbrio psicológico nesta posição assume-se como um aspecto fundamental!
Quanto à opção de convocar outros avançados ou até jogadores naturalizados portugueses, como é o caso de Liedson, penso que para já a solução não passa por aí. Como se sabe, uma das grandes preocupações que um Seleccionador Nacional deve ter é criar um grupo sólido e unido; um grupo que se conheça e onde existam rotinas. É impossível estabilizar uma selecção e criar uma equipa forte se se alterar constantemente os seus elementos. Por isso, penso que o melhor a fazer, de momento, é investir nos avançados que têm sido convocados: trabalhá-los e tentar inverter a tendência que se tem verificado. Até porque eles já provaram do que são capazes. Se mesmo assim não surgirem resultados, aí sim, deve-se procurar apostar noutros atletas que provem ser capazes de se integrarem no grupo, sejam eles “portugueses nacionais” ou não.
É verdade que, agora, a prioridade são os resultados e o apuramento. Parece não haver tempo para esperar que os avançados convocados se “inspirem”. Contudo, não podemos esquecer que as “pressas” e as constantes mudanças podem comprometer todo o restante trabalho e, até, não conduzir a qualquer mudança. Nesta fase, é fundamental não nos precipitarmos!
Enfim, daquilo que pude observar, e na minha opinião, penso que a Selecção Nacional melhorou significativamente a qualidade de jogo e que apresenta, de momento, um futebol mais sólido e consistente. Os próprios atletas parecem ter percebido novamente o que significa vestir a “camisola das quinas” e começam novamente a mostrar dedicação e empenho. É caso para dizer que “vontade não lhes falta”! O que falta mesmo são golos, mas tal como o resto se resolveu também essa questão (se for bem trabalhada) se resolverá!