A encerrar a semana recordamos um dos guarda-redes que marcou a década de 90 do futebol mundial, as suas defesas e o seu mítico rabo de cavalo fizeram dele um símbolo das balizas inglesas.
Começar por baixo
David Andrew Seaman nasceu a 19 de Setembro de 1963 em Rotherham, Inglaterra. Fez as primeiras defesas nas camadas jovens do Leeds United, acabando por ser dispensado mais tarde e com isso o seu sonho de chegar ao escalão máximo do futebol inglês teria de esperar mais uns anos. Iniciou-se a jogar a nível sénior no Peterborough United da quarta divisão, em Agosto de 1982 e foi aí que o seu potencial começou a surgir, de tal forma que passados somente dois anos, o Birmingham que nessa altura estava na segunda divisão o contratou. A estreia foi positiva já que o clube acabaria por chegar à primeira liga, no entanto duraria apenas um ano até que voltassem à divisão inferior, mas David Seaman já não acompanharia o clube, porque as suas boas exibições trouxeram-lhe um novo contrato, desta vez o Queens Park Rangers, clube que na altura tinha o seu estatuto e renome na Premier League.
O sucesso em Highbury Park
David Seaman continuava a brilhar e a mostrar os seus dotes de guarda-redes, perante as bancadas da principal divisão inglesa, não foi por isso de admirar que em 1990 o Arsenal fizesse chegar ao Queens Park Rangers uma proposta no valor de 1,3 milhões de euros, um recorde naquela altura para levar Seaman para um clube de maior dimensão nacional e europeia. Os treze anos em que o guardião defendeu as redes londrinas, coincidiram com o período de sucesso do Arsenal. Logo na primeira época, Seaman sofreu apenas 18 golos em 38 jogos do campeonato, sendo uma das peças fundamentais para a conquista do título para três anos depois vencer a sua primeira Taça de Inglaterra e da Liga, às quais juntaria a Taça das Taças, ao derrotar na final o Parma por 1-0. Em 1995 o Arsenal voltaria a estar perto de reconquistar o troféu, chegando novamente à final, só que um pontapé de Naym, no prolongamento não deu hipóteses a Seaman e a taça acabou por ir parar às mãos do Saragoça. Agosto de 1996 marca o início de Arsene Wenger ao comando dos gunners, mas foi preciso esperar dois anos para que o Arsenal fizesse a dobradinha, na temporada seguinte Seaman sofreria apenas 17 golos, mas o título ficou a um ponto de distância para o Manchester United, que levaria também de vencida a formação de Londres nas meias-finais da Taça de Inglaterra. Em 2000 David Seaman levou de novo a equipa a nova final europeia, a extinta Taça UEFA, que seria ganha pelos turcos do Galatasaray, que depois do 0-0 durante 120 minutos derrotariam o Arsenal nas grandes penalidades por 4-1. A temporada de 2002 seria a última do guardião em Highbury Park, onde gunners conquistariam o seu último campeonato, juntando a ele mais uma Taça de Inglaterra fazendo nova dobradinha.
Fim de carreira em Manchester
Em 2003 David Seaman teve uma curta passagem por Manchester, onde alinhou ao serviço do City, depois de uma temporada intermitente na baliza, uma lesão no ombro a juntar às várias que já havia sofrido ao longo da sua carreira, levaram o guarda-redes a colocar um ponto final na sua carreira a 13 de Janeiro de 2004.
Pela Inglaterra
David Seaman defendeu pela primeira vez as redes nacionais em 1988. O seu primeiro dissabor aconteceu em 1990, quando o malogrado Bobby Robson, na altura aos comandos da selecção o chamou para o Mundial a disputar em Itália, só que o ombro de Seaman já naquela época dava problemas e foi em solo italiano que teve de ser substituído por Dave Beasant. O guardião assumiria o comando da baliza com técnico Terry Venables durante o europeu de 96, disputado em Inglaterra. Foi o herói de um país ao defender duas grandes penalidades, a primeira ainda na fase de grupos frente à Escócia, quando o resultado estava em 1-0 para os ingleses e depois nos quartos de final, na lotaria dos onze metros negou o golo a Nadal, colocando a Espanha fora do Campeonato da Europa. Ironicamente a Inglaterra perderia nas grandes penalidades nas meias-finais contra a Alemanha, mas nem isso tirou a Seaman o título de melhor jogador do torneio. No França 98, Seaman voltaria a estar em bom plano, mas os penaltis voltariam a eliminá-lo desta vez às mãos da Argentina e 2000, no europeu depois de jogar contra Portugal e Alemanha, o guardião tornaria a lesionar-se no ombro, ficando de fora na partida decisiva contra a Roménia, que venceria por 3-2 e a Inglaterra não passava sequer da fase de grupos. O Mundial de 2002 marcaria o princípio do fim da presença de David Seaman na baliza inglesa, depois de uma primeira fase sem sobressaltos, uma má colocação entre os postes no jogo frente ao Brasil, deu a Ronaldinho Gaúcho o 2-1 com que os brasileiros eliminaram a Inglaterra nos quartos-de-final. Apesar da polémica Seaman mereceu a confiança do então seleccionador Sven Goran Eriksson, só que num encontro de qualificação para o Euro 2004, a Macedónia empatava 2-2, graças a um golo de canto directo de Artim Sakiri, ao qual Seaman ficou ligado pelos piores motivos. Este seria o último encontro do guarda-redes ao serviço da selecção, estávamos em Outubro de 2002.
Veja as melhores defesas de David Seaman
Actualmente e Palmarés
Deixados os relvados, David Seaman continua a aparecer nas televisões britânicas em participações de programas de entretenimento, bem como comentador de jogos da liga inglesa. Enquanto jogador ao nível de clubes, Seaman fez um total de 731 partidas, venceu por três vezes a Premier League a que se junta as quatros Taças de Inglaterra e uma da Liga, bem como a Taça das Taças. Pela selecção principal foi internacional em 75 ocasiões, num percurso de 15 anos só superado pelas 125 internacionalizações de Peter Shilton.
3 comentários:
O que mais me lembro dele é dos valentes frangos que ele dava... mas claro todos grandes keepers os deram
Ao menos já cortou o rabo de cavalo....
Depois dele o arsenal nunca mais teve um keeper de jeito
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