Desde que Ronaldo integrou o plantel do Real de Madrid que o mundo tem os olhos postos em todos os movimentos do internacional português. Sendo CR9 o “melhor do mundo”, todos esperavam que as suas primeiras exibições com camisola merengue fossem extraordinárias e que ele, mais do que qualquer outro “galáctico”, desse espectáculo.
Contudo, não foi isso que aconteceu e, até terça-feira (dia em que Ronaldo marcou o seu primeiro golo ao serviço do emblema espanhol), as suas exibições foram apelidadas de tímidas e discretas.
Ora, o que é preciso ter em conta neste caso é que Cristiano, apesar de ser um dos maiores valores mundiais da modalidade, também necessita adaptar-se. Adaptar-se ao esforço e tipo de futebol praticado em Espanha (um futebol “adornado” caracterizado pelo detalhe, ao contrário do futebol directo e em profundidade praticado em Inglaterra, onde esteve desde 2003 até ao final da época 2008/2009).
Note-se que a intensidade dos trabalhos de pré-época levados a cabo por Pellegrini não é a mesma que Fergusson praticava no Manchester United. O treinador é outro, assim como o tipo de futebol praticado, e, portanto, a forma de preparar a equipa para o novo período competitivo é também diferente. Para além disso, a qualidade das exibições de Cristiano, em particular, e da equipa, em geral, tem sido afectada pelo facto de se realizarem sessões de treino até na manhã do dia de jogo. Esta situação viola claramente diversos padrões de recuperação e acentua a fadiga sobre os atletas, que já vêm sendo submetidos a cargas exageradas. É igualmente importante referir o profissionalismo e entrega do internacional português em todas as sessões de treino o que agrava ainda mais o seu desgaste físico. Também o facto de Ronaldo ter sido sempre utilizado nesta pré-época, jogando sempre mais de uma parte, tem influência sobre a sua prestação desportiva.
Por outro lado, quem observou atentamente o desempenho do português nestes últimos encontros, percebeu certamente que ele tem praticado um futebol ainda muito britânico. Isto é, em grande parte das vezes em que a bola lhe chega aos pés, Ronaldo joga simples nos colegas de maneira a tornar o jogo mais directo e fluido. É claro que esta forma de abordar o encontro é completamente oposta àquilo que os adeptos desejavam ver e ao que os seus colegas merengues estão habituados (daí que surjam também alguns desentendimentos na zona de finalização), mas temos que ter em conta que quem esteve cerca de 6 anos a jogar na Premiership não vai certamente alterar no espaço de semanas os hábitos que essa experiência lhe transmitiu. Só com o tempo e o entrosamento com os colegas é que essa realidade se virá a alterar. Nas palavras de Mourinho, “Não concebo a modificação de um comportamento por magia. Tem de ser com o treino. E quando digo treino quero dizer treinos”.
Enfim, embora as suas exibições tenham sido apelidadas de discretas e que, por momentos (até ao seu primeiro golo), algumas pessoas começassem a ver Ronaldo como um “flop”, não podemos considerar que ele tenha realizado más exibições. Tendo em conta o elevado desgaste a que tem sido submetido e a falta de adaptação ainda evidenciada relativamente ao futebol espanhol, Ronaldo até tem realizado exibições bastante equilibradas e bem conseguidas. O que não tem feito é marcar muitos golos e fazer muitas fintas, mas se jogar bem for apenas isso, então está na hora de abrirmos os nossos horizontes, porque essa é uma visão muito redutora do “jogar bom futebol”. Estas são as razões para a “grande diferença de prestação” de Cristiano na pré-época, relativamente às épocas anteriores. Na verdade a sua prestação mantém-se, o que mudou foi o contexto em que CR9 está integrado.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
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4 comentários:
Messi is the best.
O Ronaldo nao vai aguentar a pressao...
Já cansa...
Messi is the best, mas há que torcer pelo nosso caro Ronaldo. E acredito que ele vai aguentar. Resta saber se o resto da equipas aguenta. Jogar sozinho contra o Barcelona será trágico
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