No nosso campeonato é prática comum mudar frequentemente de técnico, especialmente após uma época menos conseguida. Não se privilegia os projectos a longo prazo, nem se aposta na estabilidade dos planteis. Olha-se apenas para o instante presente, para a classificação... e esquece-se os benefícios que a continuidade pode trazer.
A primeira época num clube consiste sempre num período de adaptação que, conforme a personalidade do treinador, o seu conhecimento à cerca do campeonato, os apoios da direcção… , pode ser mais ou menos positivo. Um resultado negativo (isto é, falhar os objectivos tidos como principais no inicio da temporada) logo na primeira época não pode ser considerado desde logo como um sinal de incompetência do treinador. Não é motivo para, ainda antes do final do campeonato, lhe retirar o apoio e partir para um novo “projecto incompleto” que acabará por apresentar os mesmos resultados. Se o problema estivesse inerente ao treinador, não seria necessário realizar tantas renovações todas as épocas, pois a certa altura haveria de surgir alguém capaz de guiar a equipa às vitórias. A ideia de que “a culpa é sempre do Mister” não é mais que um velho dogma que permite camuflar a origem do problema.
Já pensaram alguma vez que o problema poderia vir da direcção e não do “banco”?
Um exemplo vivo de que os maus começos nem sempre ditam insucesso é Sir Alex Fergusson, treinador do Manchester United. É importante relembrar que até alcançar a sua primeira vitória na Premier League, o escocês esperou sete anos (de 1986 a 1992). Contudo, hoje é visto como um dos melhores treinadores do mundo! A aposta da direcção do clube inglês, aparentemente fracassada perante os resultados iniciais, acabou por se revelar uma verdadeira vitória. E não foi só ao nível da equipa técnica, mas também ao nível do plantel que se tornou coeso e adoptou uma postura vencedora e própria; adquiriu uma personalidade característica que reflecte os ideais do treinador.
É obvio que a construção de um plantel personalizado e estável requer a manutenção de um treinador por mais de uma época. Para que os atletas sejam capazes de compreender, aceitar e interiorizar os princípios do treinador como se fossem seus, é preciso tempo!
Por outro lado, as contínuas trocas de treinador retiram a confiança dos jogadores na figura do técnico e dificultam a “aprendizagem” acima referida. Surge uma mentalidade baseada no facilitismo, pois os jogadores sabem que no final da época tudo mudará novamente e que aquilo que lhes é pedido de momento, não o será certamente solicitado na temporada seguinte.
Sei que quando um clube contrata um treinador, espera que este consiga manter ou elevar a prestação do mesmo a nível competitivo, mas se as coisas nas fluírem como deviam, então, antes de se partir para o extremo, deve-se avaliar as causas do insucesso e concluir se realmente a culpa é do treinador, se vale ou não a pena mantê-lo e se este tem condições para continuar. Esta na altura de se trocar a saída mais fácil, por uma verdadeira tentativa de resolver o problema.
Enquanto os clubes e adeptos acreditarem na espontaneidade das vitórias e tiverem memória curta (sim, porque na "hora da despedida" só os defeitos são assinalados), os resultados e os títulos continuaram a fugir a um ritmo cada vez maior, naquilo a que se pode chamar um verdadeiro ciclo vicioso!
A primeira época num clube consiste sempre num período de adaptação que, conforme a personalidade do treinador, o seu conhecimento à cerca do campeonato, os apoios da direcção… , pode ser mais ou menos positivo. Um resultado negativo (isto é, falhar os objectivos tidos como principais no inicio da temporada) logo na primeira época não pode ser considerado desde logo como um sinal de incompetência do treinador. Não é motivo para, ainda antes do final do campeonato, lhe retirar o apoio e partir para um novo “projecto incompleto” que acabará por apresentar os mesmos resultados. Se o problema estivesse inerente ao treinador, não seria necessário realizar tantas renovações todas as épocas, pois a certa altura haveria de surgir alguém capaz de guiar a equipa às vitórias. A ideia de que “a culpa é sempre do Mister” não é mais que um velho dogma que permite camuflar a origem do problema.
Já pensaram alguma vez que o problema poderia vir da direcção e não do “banco”?
Um exemplo vivo de que os maus começos nem sempre ditam insucesso é Sir Alex Fergusson, treinador do Manchester United. É importante relembrar que até alcançar a sua primeira vitória na Premier League, o escocês esperou sete anos (de 1986 a 1992). Contudo, hoje é visto como um dos melhores treinadores do mundo! A aposta da direcção do clube inglês, aparentemente fracassada perante os resultados iniciais, acabou por se revelar uma verdadeira vitória. E não foi só ao nível da equipa técnica, mas também ao nível do plantel que se tornou coeso e adoptou uma postura vencedora e própria; adquiriu uma personalidade característica que reflecte os ideais do treinador.
É obvio que a construção de um plantel personalizado e estável requer a manutenção de um treinador por mais de uma época. Para que os atletas sejam capazes de compreender, aceitar e interiorizar os princípios do treinador como se fossem seus, é preciso tempo!
Por outro lado, as contínuas trocas de treinador retiram a confiança dos jogadores na figura do técnico e dificultam a “aprendizagem” acima referida. Surge uma mentalidade baseada no facilitismo, pois os jogadores sabem que no final da época tudo mudará novamente e que aquilo que lhes é pedido de momento, não o será certamente solicitado na temporada seguinte.
Sei que quando um clube contrata um treinador, espera que este consiga manter ou elevar a prestação do mesmo a nível competitivo, mas se as coisas nas fluírem como deviam, então, antes de se partir para o extremo, deve-se avaliar as causas do insucesso e concluir se realmente a culpa é do treinador, se vale ou não a pena mantê-lo e se este tem condições para continuar. Esta na altura de se trocar a saída mais fácil, por uma verdadeira tentativa de resolver o problema.
Enquanto os clubes e adeptos acreditarem na espontaneidade das vitórias e tiverem memória curta (sim, porque na "hora da despedida" só os defeitos são assinalados), os resultados e os títulos continuaram a fugir a um ritmo cada vez maior, naquilo a que se pode chamar um verdadeiro ciclo vicioso!
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