sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ainda se lembra...de Gabriel Batistuta

A fechar mais uma semana de muitos golos marcados por essa Europa fora, nada melhor que relembrar um dos avançados, que será para sempre lembrado pela sua grande capacidade de finalização e conquistas.


Do basquetebol para os relvados

Gabriel Omar Batistuta, mas para sempre recordado como Batigol, nasceu a 1 de Fevereiro de 1969, na cidade de Avellaneda, na Argentina. O seu 1.85 de altura fez com que preferi-se o basquetebol ao futebol, mas depois de vibrar com o triunfo da selecção no Mundial de 78 e muito por culpa de Mário Kempes, Batistuta começou a jogar à bola com os amigos nas ruas, até se juntar ao Platense, um clube local, sendo depois seleccionado para o Reconquista, onde ganhou o campeonato provincial, ao derrotar o Newell's Old Boys com dois golos de sua autoria. E foi assim que chamou atenção do emblema de Rosário, acabando por assinar um contracto profissional em 1988, treinado por Marcelo Bielsa. Só que as coisas não correram da melhor forma, ao ficar afastado da família e dormir numa das salas do estádio, juntou-se um problema de excesso de peso, que o levou a ser emprestado ao Deportivo Italiano de Buenos Aires, participando num torneio em Itália, sendo o melhor marcador com três golos. Em 1989, Gabriel Batistuta chegava ao River Plate, mas nem os 17 golos serviram para cair nas boas graças do técnico Daniele Passarella, com quem teve vários desentendimentos, deixando o clube a meio da época. Esse facto foi aproveitado pelos rivais do Boca Juniors, que não hesitaram em contratar o avançado, porém só na temporada de 91 com Oscar Tabarez ao comando, é que Batistuta se afirmou, marcando 20 golos que ajudaram o clube a conquistar o campeonato. Tinha chegado a hora de Batistuta rumar a outros palcos e a outro país, Itália seria o seu destino.


Ciao Florença

Gabriel Batistuta chegava à Fiorentina em 1991, para aquele que viria a ser o seu clube de carreira, a primeira temporada revelou-se animadora com o argentino a marcar treze golos, mas o ano seguinte seria dramático para os de Florença que viriam a descer de divisão. Só que Batigol mantêve-se fiel à camisola e com os seus dezasseis tentos voltariam à Serie A em 94, com Claudio Ranieri ao leme. Nesse ano Batistuta faria a sua melhor época ao serviço da Fiore, marcando vinte seis golos, onze dos quais nas primeiras onze jornadas, batendo o recorde de 30 anos, que pertencia a Ezio Pascutti. Os títulos chegariam um ano depois com as conquistas da Taça de Itália na final frente à Atalanta, com Batigol a marcar nas duas mãos e a Supertaça Italiana, vencendo o AC Milan por 1-2 com um bis do argentino. No entanto o troféu mais ansiado, o scudetto, não chegava a Florença e Batistuta começou a pensar em mudar-se para um clube de maior dimensão no país, a formação viola contratou o técnico Giovanni Trapattoni na esperança de manter Gabriel na equipa e apesar da cedência deste, uma lesão afastou-o por mais de um mês dos relvados e a Fiorentina que liderava a tabela acabou por se ressentir, terminando no terceiro lugar o que lhe permitia jogar na Liga dos Campeões. Na temporada de 99 /2000, a Fiorentina terminava no sétimo lugar e era eliminada na segunda fase da Champions, foi o prenúncio da saída de Batistuta.


Finalmente o scudetto

Ano 2000, Gabriel Batistuta chegava a Roma, o primeiro ano ao serviço do clube da capital, não podia ser melhor, vinte golos marcados e mesmo com uma lesão no joelho, não o impediram de conquistar o título, que já fugia aos giallorossi desde 1983. Batigol, mudou o número da camisola de 18 para 20 em alusão aos golos apontados nessa temporada, voltando a trocar na época de 2002 desta vez colocando o trinta e três, referente à sua idade. Em 2003, os anos já pesavam e o avançado argentino, já não tinha a mesma frescura de outrora, por isso foi sem surpresa que foi emprestado ao Inter de Milão, tendo feito somente dois golos, o contracto com a Roma terminava e com ele também o fim da sua carreira se aproximava a passos largos.


Encerrar de um reinado nas Arábias

Seduzido pelos milhões da Arábia, Gabriel Batistuta transferiu-se para o Al-Arabi do Qatar, não custando um único centavo. Apesar dos 36 anos, Batigol voltaria a bater recordes, desta feita o de melhor marcador de todos os campeonatos árabes, 24 golos em 21 jogos, valeram-lhe a bota de ouro em 2004. Em Março de 2005, Batistuta dava por encerrada a sua carreira no mundo do futebol, devido a várias lesões que o impediram de continuar a jogar pelo Al-Arabi.


Ao serviço da Argentina

Gabriel Batistuta estreou-se pela selecção do seu país em 1991, na Copa América disputada no Chile e com seios não só conduziu a Argentina ao título, como foi o melhor marcador da prova. Em 1993 voltaria a jogar a mesma competição, desta feita no Equador, onde a alviceleste voltaria a triunfar e tudo isto conduzia ao Mundial de 94 nos Estados Unidos, que começou da melhor maneira para os argentinos, vitória por 4-0 sobre a Grécia com um hat-trick de Batistuta. O caso de doping que envolveu Diego Maradona, acabou por afectar o desempenho da equipa, que seria eliminada pela Roménia nos 16 avos de final, por 3-2 com Batigol a marcar de grande penalidade. A qualificação para o França 98, não podia ser pior para o avançado, orientado por Daniele Passarella, com quem já havia tido desentendimentos no River Plate, Batistuta acabou por ficar de fora a maior parte dos jogos, após nova troca de palavras com o seleccionador. Ambos concordariam em colocar as divergências de lado em prol da equipa e Batigol marcaria presença no mundial, apontando mais um hat-trick contra a Jamaica, tornando-se no quarto jogador a fazê-lo em fases finais de um campeonato do mundo, a Argentina caíria aos pés da Holanda nos quartos de final, perdendo por 2-1. Restava agora a Gabriel Batistuta o Mundial de 2002, o argentino anunciou que essa seria a sua última competição ao serviço da selecção e como tal esperava triunfar, o seu desejo parecia crescer já que a Argentina era agora comandada por Marcelo Bielsa, que tinha sido seu técnico no Newell's Old Boys. As expectativas rapidamente se goraram, porque a alviceleste havia calhado no chamado "grupo da morte", composto por Suécia, Nigéria e Inglaterra. Batistuta deu a vitória no primeiro jogo por 1-0 frente aos africanos, mas um empate com a formação nórdica e a derrota com os ingleses na última ronda, deixaram a Argentina no terceiro lugar do grupo F, com quatro pontos, saindo da prova logo na primeira fase o que já não sucedia desde 1962.


Veja os melhores golos de Gabriel Batistuta




Palmarés

Ao longo da carreira Gabriel Batistuta conquistou diversos títulos individuais fruto dos muitos golos marcados, onde se destacam os de melhor marcador da Serie A e o artilheiro máximo de toda a história da Fiorentina e da selecção argentina. A nível de clubes teve como pontos altos os campeonatos ao serviço do River Plate e da Roma. Na liga italiana marcou 184 golos em 318 jogos, num total de carreira correspondente a 414 encontros e 246 remates certeiros, enquanto na selecção argentina festejou por 56 vezes em 78 internacionalizações.


Actualmente

Terminada a carreira, Batistuta regressou à Argentina onde tirou o curso de treinador de futebol, mas tal como no princípio, desligou-se dos relvados preferindo o golfe. No Mundial de 2006, foi comentador para uma estação televisiva e hoje em dia dirige a sua própria empresa de construção civil.




3 comentários:

Guus disse...

Um dos meus jogadores preferidos de sempre. a dupla com o rui costa fazia maravilhas!

Ricky disse...

Podia ter conquistado inumeros titulos, pois a fiorentina era pequena demais para ele

Octávio S. disse...

BATIGOL & RUI COSTA!! QUE SAUDADES!