terça-feira, 4 de junho de 2013

OPINIÃO: Dupla pouco improvável



A renovação de Jorge Jesus era a melhor decisão que a direcção do SL Benfica poderia tomar. Apesar dos poucos títulos conquistados e do elevado salário que aufere, não me parece que os encarnados tivessem nada a ganhar com a saída do treinador. Seria verdadeiramente difícil conseguir encontrar alguém capaz de encaixar tão bem na estrutura do SL Benfica e no projecto liderado por Luis Filipe Vieira. Por essa mesma razão, creio que a renovação de Jorge Jesus pelo SL Benfica era totalmente expectável. Aliás, depois daquilo que foram (e representaram) as palavras de Luis Filipe Vieira após a derrota na final da Europa League, era mesmo a única solução. Mas não há bela sem senão.

Se a renovação já era esperada por todos e desejada por muitos, não é menos verdade que o timing da mesma foi completamente atabalhoado, para não dizer descabido. A meu ver, Luis Filipe Vieira tinha duas soluções que passariam por renovar antes de todas as decisões da época e mostrar que confiava no seu treinador fosse qual fosse o desfecho ou então guardar-se para o final, fazer um balanço e aí decidir o futuro de Jorge Jesus e do futebol benfiquista. A partir do momento em que, após a final europeia perdida com o Chelsea FC, diz publicamente que Jorge Jesus é o seu treinador e vai continuar no comando da equipa, o presidente encarnado comprometeu-se de forma completamente escusada. Note-se que, uma semana depois, o SL Benfica voltou a perder uma final (desta vez a Taça de Portugal) e o treinador português rapidamente passou de idolatrado a mal amado por grande parte da nação benfiquista. As notícias e especulações começaram a multiplicar-se nas páginas dos jornais e as opiniões dos "entendidos" começaram a exercer alguma pressão nas decisões do presidente. A verdade é que se Luis Filipe Vieira não tivesse assumido a renovação na altura errada (como fez) teria depois, no final da época, uma margem de manobra bem mais interessante para negociar com um treinador que, pese embora as grandes exibições da época, acabou por perder tudo. O que aconteceu foi o contrário e o treinador ficou com a faca e o queijo na mão para facilmente levar os seus desejos avante e fazer o contrato que, do seu ponto de vista, seria mais atraente. 

A renovação de Jorge Jesus é a melhor solução para o SL Benfica, mas a forma como o processo foi tratado deu origem a uma novela desnecessária que foi desesperando os adeptos do clube da Luz e fragilizando os profissionais envolvidos (presidente e treinador). O presidente, a acreditar no que a imprensa foi escrevendo, foi o único homem a segurar Jorge Jesus no seu projecto e acaba assim por colocar (talvez sem querer) o seu futuro nas mãos do treinador. Pode parecer exagero da minha parte, mas parece-me que o futuro e sucesso de um vai depender do futuro e sucesso do outro. Jorge Jesus vai entrar na próxima época mais vulnerável por tudo o que aconteceu nos últimos tempos e se as coisas começarem a correr mal, haverá repercussões nefastas na estrutura do SL Benfica a começar pelo presidente. Por outro lado, um início de época forte elevará o presidente encarnado a herói juntamente om o seu treinador, mesmo do ponto de vista daqueles que só têm por hábito aparecer nas horas más e que agora o vão atacando. Contudo, convém não esquecer que nunca foi dado a um treinador do SL Benfica tantas condições para vencer como a Jorge Jesus. Tudo vai depender de resultados porque no fundo é isso que os adeptos mais desejam... o futebol é mesmo assim!


2 comentários:

Anónimo disse...

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Sílvia Astride Cardoso disse...

Uma boa análise de um assunto que tem sido polémico. Há, de facto, prós e contras. Enquanto benfiquista, queria que ele ficasse porque não obstante ter noção de que há problemas a resolver e muitas coisas a corrigir, acho que também houve uma certa dose de azar que não nos deixou fazer melhor. Esperemos que este ano o desfecho seja outro! :)