Obrigado, Liedson

Sou um amante incondicional da prática do bom futebol. E, se há alguém que o tem praticado, nos últimos sete anos e meio, em Portugal, esse alguém é Liedson.

O ‘31’ do Sporting, escolhido e trazido do Corinthians para ser sucessor de Jardel, conseguiu sê-lo, em certa medida. Não era infalível, mas os seus golos deram centenas de pontos aos leões ao longo das últimas temporadas. Foi o melhor marcador das temporadas 2004/2005 e 2006/2007. E, embora não tenha conseguido ganhar nenhum Campeonato Nacional, conta no seu palmarés uma presença na final da Taça UEFA em 2005
e ainda a vitória de duas Taças de Portugal (2006/2007 e 2007/2008), bem como duas Supertaças (2007 e 2008). O ‘levezinho’ ainda foi por duas vezes finalista da Taça da Liga (2007/2008 e 2008/2009). Apesar do '31' abandonar Alvalade, perdurará na sua história: é o melhor marcador do clube nas competições europeias, bem como o melhor goleador estrangeiro dos verde e brancos. O seu legado continuará a pairar por Alvalde durante muito tempo.

As épocas de Liédson não foram, de todo, homogéneas, mas a quantidade de golos marcados impressiona. Em sete épocas e meia, o ponta-de-lança fez 312 jogos, ao longo dos quais marcou 171 golos. A época mais fraca é, sem dúvida, a presente, na qual o jogador marcou apenas 8 golos em 27 jogos.

Ainda assim, e apesar destas últimas estatísticas serem menos favoráveis, Liedson é sempre um factor determinante no ataque do Sporting. Quem vê os jogos sabe disso. A insistente pressão que o atacante faz sobre os defesas adversários consegue, não poucas vezes, fazer com que a equipa oponente sinta um forte aperto na hora de safar as suas redes. E também não foram poucas as vezes em que as redes abanaram depois dessa pressão. A poucos dias da saída de Liedson do Sporting – e, ao que tudo indica, da Selecção Nacional-, temos de admitir que o futebol português fica mais pobre e que o Sporting precisa urgentemente de um substituto, no mínimo, à altura. Há oito anos, o luso-brasileiro aterrou em Lisboa para fazer esquecer Jardel. No futuro, veremos quem terá a árdua tarefa de fazer esquecer Liedson.