A Selecção Nacional de “futebol de rua” voltou a vencer, permanecendo invicta no Mundial de Milão. As vitórias e as goleadas são já a imagem de marca destes portugueses “anónimos” que dão “corpo” a uma variante do futebol de importância crucial e “em vias de extinção”!
Embora muitas vezes subestimado, o “futebol de rua” é um dos “desportos” mais fascinantes e importantes na formação de atletas completos e versáteis. É este futebol que se encontra na “base” de muitos dos craques que nos fazem sonhar e apaixonar pelo Desporto Rei! Craques esses que parecem estar a desaparecer… Ou melhor, que são cada vez mais raros!
Hoje em dia os “fenómenos”, os verdadeiros dotados, já não aparecem com a mesma frequência com que apareciam no passado. É cada vez mais difícil encontrar um jogador de futebol completo e versátil que seja capaz de se manter ao mais alto nível. As “promessas” são mais que muitas, mas nem sempre se cumprem e acabam por passar ao esquecimento.
Olhando para o passado, basta escolher uma década na história do futebol mundial e, de imediato, nos vêm à memória um rol interminável de nomes! Pélé, Eusébio, Ferenc Puskas, Cruyiff, Gerd Muller, Roberto Baggio, Lev Yashin… entre outros, muitos outros. São apenas alguns daqueles nomes que nos fazem “tremer” só de lembrar as maravilhas que faziam com a “redondinha”. Estes homens faziam o impossível com uma bola nos pés!
Mas o que é que lhes permitia fazer o “impossível”? De onde vinha esse seu talento mágico? Essa capacidade de tornar a bola parte do seu corpo e não um mero apêndice?
O segredo destes colossos do futebol mundial residia precisamente no humilde “futebol de rua”.
O que têm em comum os muitos craques de ontem e os escassos de hoje?
As origens humildes! A grande maioria dos futebolistas de renome mundial deu os primeiros toques numa pedra. Jogavam com o que tinham “à mão”, em qualquer lugar. Descalços, com meias, chutando bolas de trapos ou pedras… Foi assim que ganharam o excelente domínio e controlo de bola. Experimentaram várias dificuldades e tiveram a inteligência de desenvolver soluções para as superar. É claro, que a sua criatividade e persistência também foram elementos essenciais para que se revelassem verdadeiros “fenómenos”. No entanto, sem todas as condicionantes impostas pelo “futebol de rua”, estes jogadores nunca teriam desenvolvido o “toque mágico” que os torna únicos no mundo!
É, por isso, fulcral que, na formação de novos atletas, se dê margem no treino para que os jovens experimentem as “dificuldades” do “futebol de rua”. Reservar uma parte da sessão de trabalho para as crianças “brincarem” em espaços estreitos, com diferentes tipos de esféricos, tocando a bola com diferentes partes do corpo… É uma acção que permitirá recrear parte da essência do “futebol de rua”, dando oportunidade aos jovens jogadores de desenvolverem uma maior sensibilidade e relação com a “redondinha”. Em Portugal já existe mesmo quem coloque esta ideia em prática e os resultados estão à vista! Falo dos escalões de formação do Sport Lisboa e Benfica, que nos últimos anos têm demonstrado um crescimento incrível! No Seixal, o “futebol de rua” integrado no treino é uma realidade que tem permitido fazer maravilhas com as “esperanças” do nosso futebol, combatendo ainda o sedentarismo da vida citadina.
Nos tempos de hoje criou-se a ideia de que é mau jogar descalço, num campo pelado, com uma bola de trapos…Mas não é! Foi assim que muitos dos grandes craques deram os seus “primeiros passos” no futebol. Em vez de os prejudicar, essas condições tornaram-nos jogadores mais inteligentes e dotados. A falta de meios não foi o único factor responsável pelo sucesso (até porque nem todos temos “afinidade” com a bola), mas contribuiu largamente para isso! É, por esse motivo, que devemos pensar bem antes de tentarmos “mecanizar” tudo! Ao “impedirmos” as nossas crianças de jogarem, por exemplo, num campo pelado, estamos também a limitar o seu “vocabulário físico”! Estamos apenas a tornar as coisas mais fáceis em termos desportivos e não a melhorá-las!
Enfim, embora muitas vezes relegado para um plano secundário, o “futebol de rua” tem um papel fundamental no “nascimento”de grandes talentos do “desporto rei”. É uma realidade dura e com menos meios, mas é também das mais ricas em termos de aprendizagem. Em todo o Mundo surge a preocupação recuperar os momentos em que as crianças pegavam numa bola e procuravam desvendar todos os seus segredos!
Está na hora de darmos maior relevo a esta modalidade que em Portugal parece estar a dar frutos! Um exemplo flagrante é a Selecção Nacional que em Milão se mantém invicta, mas em Portugal permanece quase “anónima”. Em vez de nos preocuparmos unicamente com aqueles que “talvez” venham a estar na África do Sul em 2010, devíamos dedicar um pouco da nossa atenção àqueles que já estão num Mundial. Eles são os verdadeiros lutadores, pois as adversidades perseguem-nos dentro e fora de campo (onde, infelizmente, o apoio não é muito).
Para esses atletas que divulgam e dão tudo pelo futebol de rua, deixo aqui o desejo de muito sucesso para o futuro e a minha gratidão por manterem viva uma modalidade que tem “um toque de Midas”!
FORÇA PORTUGAL! VIVA O FUTEBOL DE RUA!
Embora muitas vezes subestimado, o “futebol de rua” é um dos “desportos” mais fascinantes e importantes na formação de atletas completos e versáteis. É este futebol que se encontra na “base” de muitos dos craques que nos fazem sonhar e apaixonar pelo Desporto Rei! Craques esses que parecem estar a desaparecer… Ou melhor, que são cada vez mais raros!
Hoje em dia os “fenómenos”, os verdadeiros dotados, já não aparecem com a mesma frequência com que apareciam no passado. É cada vez mais difícil encontrar um jogador de futebol completo e versátil que seja capaz de se manter ao mais alto nível. As “promessas” são mais que muitas, mas nem sempre se cumprem e acabam por passar ao esquecimento.
Olhando para o passado, basta escolher uma década na história do futebol mundial e, de imediato, nos vêm à memória um rol interminável de nomes! Pélé, Eusébio, Ferenc Puskas, Cruyiff, Gerd Muller, Roberto Baggio, Lev Yashin… entre outros, muitos outros. São apenas alguns daqueles nomes que nos fazem “tremer” só de lembrar as maravilhas que faziam com a “redondinha”. Estes homens faziam o impossível com uma bola nos pés!
Mas o que é que lhes permitia fazer o “impossível”? De onde vinha esse seu talento mágico? Essa capacidade de tornar a bola parte do seu corpo e não um mero apêndice?
O segredo destes colossos do futebol mundial residia precisamente no humilde “futebol de rua”.
O que têm em comum os muitos craques de ontem e os escassos de hoje?
As origens humildes! A grande maioria dos futebolistas de renome mundial deu os primeiros toques numa pedra. Jogavam com o que tinham “à mão”, em qualquer lugar. Descalços, com meias, chutando bolas de trapos ou pedras… Foi assim que ganharam o excelente domínio e controlo de bola. Experimentaram várias dificuldades e tiveram a inteligência de desenvolver soluções para as superar. É claro, que a sua criatividade e persistência também foram elementos essenciais para que se revelassem verdadeiros “fenómenos”. No entanto, sem todas as condicionantes impostas pelo “futebol de rua”, estes jogadores nunca teriam desenvolvido o “toque mágico” que os torna únicos no mundo!
É, por isso, fulcral que, na formação de novos atletas, se dê margem no treino para que os jovens experimentem as “dificuldades” do “futebol de rua”. Reservar uma parte da sessão de trabalho para as crianças “brincarem” em espaços estreitos, com diferentes tipos de esféricos, tocando a bola com diferentes partes do corpo… É uma acção que permitirá recrear parte da essência do “futebol de rua”, dando oportunidade aos jovens jogadores de desenvolverem uma maior sensibilidade e relação com a “redondinha”. Em Portugal já existe mesmo quem coloque esta ideia em prática e os resultados estão à vista! Falo dos escalões de formação do Sport Lisboa e Benfica, que nos últimos anos têm demonstrado um crescimento incrível! No Seixal, o “futebol de rua” integrado no treino é uma realidade que tem permitido fazer maravilhas com as “esperanças” do nosso futebol, combatendo ainda o sedentarismo da vida citadina.
Nos tempos de hoje criou-se a ideia de que é mau jogar descalço, num campo pelado, com uma bola de trapos…Mas não é! Foi assim que muitos dos grandes craques deram os seus “primeiros passos” no futebol. Em vez de os prejudicar, essas condições tornaram-nos jogadores mais inteligentes e dotados. A falta de meios não foi o único factor responsável pelo sucesso (até porque nem todos temos “afinidade” com a bola), mas contribuiu largamente para isso! É, por esse motivo, que devemos pensar bem antes de tentarmos “mecanizar” tudo! Ao “impedirmos” as nossas crianças de jogarem, por exemplo, num campo pelado, estamos também a limitar o seu “vocabulário físico”! Estamos apenas a tornar as coisas mais fáceis em termos desportivos e não a melhorá-las!
Enfim, embora muitas vezes relegado para um plano secundário, o “futebol de rua” tem um papel fundamental no “nascimento”de grandes talentos do “desporto rei”. É uma realidade dura e com menos meios, mas é também das mais ricas em termos de aprendizagem. Em todo o Mundo surge a preocupação recuperar os momentos em que as crianças pegavam numa bola e procuravam desvendar todos os seus segredos!
Está na hora de darmos maior relevo a esta modalidade que em Portugal parece estar a dar frutos! Um exemplo flagrante é a Selecção Nacional que em Milão se mantém invicta, mas em Portugal permanece quase “anónima”. Em vez de nos preocuparmos unicamente com aqueles que “talvez” venham a estar na África do Sul em 2010, devíamos dedicar um pouco da nossa atenção àqueles que já estão num Mundial. Eles são os verdadeiros lutadores, pois as adversidades perseguem-nos dentro e fora de campo (onde, infelizmente, o apoio não é muito).
Para esses atletas que divulgam e dão tudo pelo futebol de rua, deixo aqui o desejo de muito sucesso para o futuro e a minha gratidão por manterem viva uma modalidade que tem “um toque de Midas”!
FORÇA PORTUGAL! VIVA O FUTEBOL DE RUA!
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